Nyusi promove investimentos em Moçambique na Índia mas ignora a polémica do Feijão Bóer

O Presidente da República, Filipe Nyusi, encontra-se numa visita de trabalho de três dias à Índia, durante a qual convidou empresários indianos e internacionais a investirem em Moçambique, destacando o vasto potencial económico do país. Contudo, surpreendentemente, não abordou o debate actual sobre a exportação do feijão bóer para aquele país asiático.

Janeiro 11, 2024 - 21:46
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Nyusi promove investimentos em Moçambique na Índia mas ignora a polémica do Feijão Bóer

Tanto indianos como moçambicanos aguardavam que o Chefe de Estado esclarecesse, a partir da Índia, todas as questões relacionadas com a exportação deste produto. Este assunto tem dominado o debate interno devido ao seu impacto negativo para os exportadores moçambicanos, que se veem prejudicados por interesses obscuros de cartéis neste mercado.

 

Apesar da relevância da questão, Nyusi não se pronunciou sobre o "feijão bóer", nem na abertura da 10ª Edição da Cimeira Global de Gujarat, nem em encontros privados com o Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi. Limitou-se a reforçar a cooperação internacional.

 

"Para fortalecer a cooperação internacional, criando parcerias produtivas que acelerem o crescimento económico global e melhorem as condições de vida das nossas populações, convido empresários indianos e de todas as outras partes do mundo aqui presentes a investirem em Moçambique numa base de ganhos mútuos", afirmou Nyusi na Índia.

 

Referiu que a legislação moçambicana sobre investimentos oferece incentivos a investidores que pretendam produzir bens e serviços no país, criando oportunidades de emprego para jovens moçambicanos e contribuindo para a valorização, industrialização e modernização da economia.

 

Enfatizou que Moçambique é um país com elevado potencial económico ainda por explorar, possuindo terras aráveis, rios abundantes e condições favoráveis para a prática de agricultura mecanizada, pecuária e pesca. Destacou ainda as enormes reservas para o desenvolvimento da indústria extractiva e transformadora, incluindo areias pesadas e minérios valiosos como pedras preciosas, cobre, ferro e grafite, além de um enorme potencial para a produção de energia hídrica, eólica e solar.

 

Salientou que as parcerias internacionais devem focar-se no desenvolvimento harmonioso e na criação de riqueza para o bem-estar dos povos. Garantiu que o governo moçambicano se empenha em assegurar uma parceria económica vantajosa para todas as partes, contribuindo para um mundo mais próspero para as actuais e futuras gerações. Expressou também a expectativa de que o governo e o empresariado moçambicano obtenham novas experiências de resiliência económica e desenvolvimento na cimeira de Gujarat.