É proibido "ficar doente por estes dias" em Moçambique
Devido a situação vivenciada em vários hospitais no primeiro dia, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago diz estar disponível para dialogar com os grevistas. No entanto, o clérigo Dom Dinis Sengulane, organizou um encontro com as lideranças das associações nesta sexta-feira, com vista a aproximar as partes.
Arrancou ontem a já anunciada greve de 25 dias da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique. Logo no primeiro dia foi visível em certos hospitais, centros e postos de saúde a ausência dos profissionais que até há dias o Governo, através do Ministério da Saúde (MISAU) procurou dramatizar as reivindicações, levando membros do partido Frelimo para as reuniões institucionais, com vista a descredibilizar o grupo.
Por exemplo, na província de Maputo, alguns hospitais viram-se obrigados a conceder alta para os pacientes, uma vez que não existiam profissionais para garantir assistência. Já em Gaza, as autoridades emitiram um ofício pedindo às Organizações Não-Governamentais (ONG) que trabalham na área de saúde a disponibilizarem seus colaboradores para auxiliar nas actividades hospitalares.
Devido a situação vivenciada em vários hospitais no primeiro dia, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago diz estar disponível para dialogar com os grevistas. No entanto, o clérigo Dom Dinis Sengulane, organizou um encontro com as lideranças das associações nesta sexta-feira, com vista a aproximar as partes.
O facto é, mesmo que esta greve venha a ser interrompida, enquanto os interesses do grupo não forem atendidos, continuará a ser extremamente perigoso dirigir-se a um posto médico por estes dias, correndo o risco de encontrar um estagiário sem qualquer acompanhamento adequado, para além disso, o estado psicológico e profissional dos grevistas não será dos melhores. (Omardine Omar)