Enquanto TotalEnergies prepara seu regresso até finais de 2024, França pede a cidadãos para não viajarem a Cabo Delgado
A Embaixada de França em Moçambique está a apelar aos cidadãos franceses para não viajarem para as cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, em Cabo Delgado, alegadamente devido a insegurança, derivada de novos ataques terroristas sucessivos em Cabo Delgado
O apelo da embaixada da França em Moçambique surge uma semana depois de o presidente da multinacional anunciar que espera retomar o projecto de gás natural em Afungi até final deste ano.
Esta comunicação do Governo francês, através do seu Embaixador em Maputo, pode significar um retrocesso na confiança para a retoma dos projectos de Afunji, tendo em conta que, a principal razão da interrupção das actividades tinha a ver com as condições de segurança, que hoje a França entende que ainda não estão criadas.
"Devido à presença de uma ameaça terrorista e de rapto nas cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, é fortemente recomendado não viajar para estas cidades, bem como viajar nas estradas que ligam estas localidades", lê-se numa mensagem aos viajantes publicada na quarta-feira pela Embaixada de França em Maputo.
Já no dia 12 de Janeiro a mesma Embaixada referia, numa outra mensagem, que "num contexto de intensificação da ameaça terrorista em Cabo Delgado", eram "de temer ataques" em Mocímboa da Praia e Palma.
"Também existe um alto risco de emboscadas nas principais estradas da região", advertia na altura, quando já então era "formalmente não recomendada" a deslocação para aquelas cidades, incluindo Pemba, a capital da província.
A multinacional francesa TotalEnergies tem em curso o desenvolvimento de construção de uma central, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de gás natural, avaliada em 20 mil milhões de dólares, mas suspenso desde 2021 devido aos ataques terroristas.
Refira-se que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) assumiu ontem a autoria de um ataque terrorista em Macomia, em Cabo Delgado, e a morte de pelo menos 20 pessoas, um dos mais violentos em vários meses.