Forças ruandesas em Cabo Delgado sob nova liderança

No dia 7 de Setembro, o Major-General Emmy Ruvusha assumiu oficialmente o comando da Força de Segurança do Ruanda (RSF) na Força-Tarefa Conjunta em Cabo Delgado, Moçambique, sucedendo ao Major-General Alex Kagame, que concluiu a sua missão. A nomeação de Ruvusha ocorreu na sequência de um ataque insurgente às forças ruandesas no final de Agosto, que resultou numa emboscada em Mocímboa da Praia.

Setembro 8, 2024 - 07:39
Setembro 8, 2024 - 08:03
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Forças ruandesas em Cabo Delgado sob nova liderança

A cerimónia de transição teve lugar em Mocímboa da Praia. Após a sua chegada a Moçambique, no dia 20 de Agosto, Ruvusha recebeu um briefing e realizou uma visita de reconhecimento à área de operações da RSF, que incluiu locais estratégicos como Mocímboa da Praia, Chinda, Palma, Afungi, Pundanhar, Macomia, Ancuabe e Pemba.

Nas suas primeiras declarações, Ruvusha elogiou a liderança de Kagame e destacou a importância contínua da missão da RSF para estabilizar a região afectada pela insurgência. Kagame reconheceu o progresso alcançado sob o seu comando e expressou confiança na capacidade de Ruvusha para liderar a força no futuro.

O Ruanda enviou tropas para Cabo Delgado em Julho de 2021, a pedido do governo moçambicano, com o objectivo de apoiar a estabilização da região face à insurgência armada. Desde então, operações conjuntas entre as forças ruandesas e moçambicanas resultaram na expulsão de insurgentes em várias partes da província. Esta intervenção permitiu que mais de 250.000 deslocados regressassem às suas casas e que actividades económicas fossem retomadas em distritos como Palma e Mocímboa da Praia, interrompidas por ataques desde 2017.

Num contexto mais amplo, a situação em Cabo Delgado continua a ser um dos principais temas do discurso político e eleitoral, com promessas de várias forças políticas para resolver a crise. Partidos como a FRELIMO têm enfatizado o reforço das capacidades das forças de defesa, enquanto outras formações, como o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), propõem um diálogo com os terroristas como parte da solução.