General sul-africano assume comando da SAMIM

O major-general sul-africano Patrick Dube é o novo comandante da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Moçambique (SAMIM) que está a combater os terroristas islâmicos na província nortenha de Cabo Delgado, desde Julho de 2021.

Fevereiro 16, 2024 - 22:56
Junho 3, 2024 - 11:18
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General sul-africano assume comando da SAMIM
SEMIM

Dube é o segundo sul-africano a chefiar a força. O primeiro foi o Major-General Monwabisi Dyakopu, que, à semelhança de Dube, teve uma boa prestação na República Democrática do Congo (RDC) com a Brigada de Intervenção da Força da MONUSCO.

A grande questão que se coloca é sobre, que varinha mágica o general sul-africano tem para controlar o terrorismo, numa altura em que os insurgentes regressaram aos ataques com máxima força, inclusive já controlam algumas vias no interior dos distritos da zona norte de Cabo Delgado.

A força SAMIM esteve, no ano passado, sob a liderança de um comandante interino, o Brigadeiro-General das Forças de Defesa do Botswana Gaboratanelwe Tshweneetsile.

Segundo o portal sul-africano DefenceWeb, é muito provável que Dube seja o último comandante da SAMIM antes da sua retirada de Moçambique, agendada para Julho.

Dube, muito respeitado nos círculos militares e de defesa sul-africanos e continentais, chegou para a sua segunda missão e primeira como comandante de força em Moçambique no mês passado.

Dirigindo-se aos oficiais ligados ao contingente sul-africano da SAMIM e a outros no Quartel-General da Força SAMIM na capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, ele enfatizou o seu compromisso com os objectivos estratégicos da missão, afirmando que “haveria de odiar fazer inimigos aqui, excepto se forem aqueles que procuramos lá fora, que estão a causar problemas ao povo de Moçambique e ao povo da SADC”.

Dube reconheceu as responsabilidades que a Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF) assumiu quando destacada “fora da África do Sul, dizendo que a força era um símbolo do poder nacional e que a África do Sul, como signatária de quaisquer acordos internacionais, é obrigada a desempenhar um papel”.

Para além das missões continentais, Dube esteve estreitamente envolvido em operações internas e em vários exercícios de formação.

Entre elas contam-se o destacamento do Serviço de Saúde Militar da África do Sul (SAMHS) para gerir e operar hospitais públicos durante uma longa greve da função pública em 2007, a operação multidisciplinar de combate ao crime Fiela em 2015 e a operação de segurança rural Stipper.

A África do Sul, juntamente com Angola, Botswana, RDC, Lesoto, Malawi, Tanzânia e Zâmbia são os países contribuintes de tropas (TCCs) para a SAMIM. A retirada em Julho de 2024 está em linha com uma directiva da Cimeira da Troika do bloco regional, que instruiu à liderança da SAMIM para iniciar uma retirada faseada em Dezembro de 2023, antes da retirada completa em Julho.

O terrorismo em Cabo Delgado, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), causou mais de 4.000 mortes e contribuiu para a deslocação de um milhão de pessoas.