Governo avalia novos investidores para produção de algodão
O governo moçambicano está a avaliar novos investidores para dar continuidade à produção de algodão nas áreas que eram exploradas pela a britânica Plexus nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, no norte do país.
A garantia é dada pelo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), Celso Correia, para quem a produção de algodão continua a ser estratégica para a geração da renda para muitas famílias rurais, bem como para as exportações.
Encerrada em Dezembro do ano passado devido ao abandono dos seus gestores por dificuldades financeiras, a Plexus, localizada em Montepuez, Cabo Delgado, era a única empresa de algodão na província e uma das maiores do país.
A paralisação desta concessionária ameaça arruinar a produção de algodão na província de Cabo Delgado caso não sejam encontrados novos investidores para dinamizar a cultura.
Segundo o “Notícias”, Celso Correia explicou que, nos últimos três anos, o Governo assistiu a inúmeros desafios no sector, incluindo o abandono da produção e empresas que foram vítimas de má gestão.
A situação começava a projectar um cenário caótico para a indústria, sobretudo devido à queda da produção nacional, que no ano passado chegou a estar a 20 mil toneladas.
Este indicador era, no entender de Celso Correia, um risco enorme para existência do algodão em Moçambique. “Por isso, o Governo está a trabalhar para encontrar novo investidor. Nós demos muitas oportunidades a Plexus, tudo para salvaguardar os produtores de algodão na região onde operava”, disse o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Dados em poder do “Notícias” indicam que a maior concessionária de produção de algodão estabelecida em Cabo Delgado enfrentava uma crise financeira para fazer face a despesas diversas, incluindo o pagamento de salários, compra do produto e custos operacionais.
Até Janeiro deste ano, a Plexus devia cerca de 10 meses de salários a mais de 300 trabalhadores.
Além dos cerca de 300 trabalhadores, entre efectivos e sazonais, a crise financeira está a afectar cerca de 50 mil produtores de algodão.