Lixo na cidade de Maputo dificulta a mobilidade e coloca risco a saúde pública

A cidade de Maputo, a capital moçambicana está inundada de lixo, sobretudo na sua periferia, e o Conselho Municipal reconhece o problemas e a incapacidade de fazer face. A beleza que caracteriza a “pérola do Índico” como é conhecida a urbe, está totalmente desconfigurada pelo lixo aos “montes” e cheiro nauseabundo que coloca em causa a saúde pública.

Novembro 12, 2024 - 16:47
Novembro 14, 2024 - 16:16
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O problema da recolha de resíduos sólidos na autarquia de Maputo não é novo, mas o edil, Rasaque Manhique, aproveitou a actual situação político-social do país, caracterizado por manifestações de contestação de resultado eleitorais considerados fraudulentos, para justificar a ineficiência na recolha do lixo.

Rasaque Mangique, disse recentemente que a edilidade enfrenta dificuldades na recolha de lixo nesses últimos dias desde a eclosão das manifestações, alertando que isso compromete a saúde dos munícipes e a mobilidade urbana, sobretudo a circulação dos transportes públicos. 

 Face ao drama do lixo na cidade, a Torre.News deslocou-se aos locais críticos, nomeadamente nos distritos de Ka Maxaquene, Ka Mavota, Ka Lhamanculo, Ka Mpfumu, Ka Mubucuana, onde constactou a deficiências na remoção de lixo que até dificulta a transitabilidade em maior parte desses pontos. 

No entanto, ouvido pela TORRE.news, o Vereador do pelouro de Infraestruturas e Salubridade do município de Maputo, João Munguambe, reconhece que actualmente a edilidade esta com uma capacidade reduzida responder a remoção dos resíduos sólidos, mas assegurando que tem sido feito um esforço de remover resíduos sólidos com a ajuda da sociedade civil, munícipes e militares. 

“Nós não temos tantos contentores guardados para estas situações, nem tínhamos um orçamento previsto para fazer grandes aquisições de contentores, mas dentro de uma semana a situação voltará ao normal se não houver algum constrangimento, mas se houver uma paralisação adicional precisaremos de mais tempo para resolver o problema,” disse.  

 Segundo Munguambe, o orçamento disponível para prevê assistir a recolha de lixo de forma agregada, pelo que, aventa a possibilidade do município a tentar mobilizar esforços para tirar o lixo que inunda a urbe.

 No no entanto, o pelouro adverte que o município consegue remover mais de 200 toneladas de lixo diariamente. 

 “A recolha decorre em todos os pontos, não apenas em um dia, fazemos em partes, num dia vamos a um distrito para fazer a recolha. mas continua o processo normal da recolha que está previsto, campanhas que permitam adicionar a capacidade de recolha de lixo” avançou. 

 Também ouvido pela TORRE.news, o vice-presidente da FEMATRO Rodrigues Tsucana, falando sobre o sector de transportes, a nível da urbe, considera que as vias estão totalmente condicionadas, facto que afecta as actividades.

 Reporta que a sua instituição já vinha reclamando do estado das vias, numa altura em que situação tende a piorar.

 “Hoje a questão de receita é uma utopia, desde que começaram as manifestações não estamos a operar porque estamos a operar de forma condicionada”, disse o dirigente da FEMATRO.

João Mugabe, morador do bairro da Maxaquena, subúrbio de Maputo, afirma que está receoso com o lixo uma vez que representa risco para a saúde das comunidades. Agora com a chuva isso vai trazer doenças como cólera, e aqui há crianças”, disse. 

 Por sua vez, , o ambientalista Rui Silva, também ouvido pela nossa reportagem, afirma que este problema além de trazer problemas ambientais pode também trazer problemas de saúde públicas, com a decomposição de resíduos sólidos inorgânicos. 

 "A consciencialização é fundamental, considerando que mesmo havendo recolha de lixo diário, assim como eventuais problemas de lixo, mas também em termos visuais é desagradável ver lixo fora do contentor”, disse.  

 Ainda considera que por meio desta crise pode-se criar uma oportunidade, se “pudéssemos colaborar com os catadores de lixo que não estão a roubar, estão a fazer algo para ganhar o pão do seu dia-a-dia, e se nós conseguíssemos consciencializar as pessoas de que não custa nada fazer a separação de lixo húmido e seco a partir de casa”, salientou.

 Assegurou também que nestas manifestações tem sido pouco abonatória para questões ambientais, pelo que espera que tudo se resolva rapidamente para o bem de todos e do ambiente, tendo em conta que, não é fácil para o próprio município não consegue recolher lixo em alguns bairros bairros.

“OS próprios catadores desfazem o lixo que as pessoas colocam nos sacos. Temos que consciencializar as pessoas mesmo havendo recolha de lixo diário” revelou. Sublinhou também sendo fundamental ensinar aos munícipes a separação básica de lixo, de modo aguardar o momento em que o município de Maputo tenha capacidade para o efeito para não trazer alguns problemas de saúde. 

Nestas manifestações foram vandalizados mais de 52 contentores de recolha de resíduos sólidos usados como meio de obstrução de várias artérias da cidade. 

Ainda recordar que a edilidade teve problemas para recolher o lixo devido a problemas financeiros para honrar compromissos com a EconLife, empresa de recolha de lixo na cidade.