"Manuel Chang não tem chance … vai mesmo ser extraditado para os EUA", garante fonte americana
"hand over the scheme and underworld of the magna corruption of mozambican leaders"
Os últimos dias tornou-se viral que Manuel Chang, antigo ministro das finanças e então deputado da Assembleia da Republica (AR) pela bancada parlamentar da Frelimo irá lutar contra a sua extradição e arquivamento do processo, contrariamente ao que certa imprensa nacional havia avançado há dois anos, de que Manuel Chang pretendia seguir para os Estados Unidos da América (EUA), entretanto, hoje, quando tudo parecia já pronto, eis que Chang decide pessoalmente lutar contra a sua extradição contratando advogados de um prestigiado escritório de Manhattan, em Nova Iorque, denominado Ford O´Brien Landy LLP, onde será representado pelo membro fundador do escritório: Adam Ford.
Portanto, uma fonte norte-americana ligada ao processo disse à "Integrity" que o exercício que o antigo ministro Manuel Chang pretende seguir "não vai dar em nada, principalmente se a linha defesa for baseada na 6ª emenda da Constituição dos EUA que estabelece que o réu criminal tem o direito a um julgamento rápido e público por um júri imparcial composto por jurados do estado e distrito em que o crime foi alegado como tendo sido cometido (…)."
Prosseguindo, a 6ª emenda exige que os réus criminais sejam informados da natureza e da causa das acusações contra eles. A cláusula de confronto da emenda dá direito aos réus criminais, de confrontar e interrogar as testemunhas, enquanto a cláusula de processo compulsório dá aos réus criminais o direito de chamar suas próprias testemunhas e, em alguns casos, obrigar as testemunhas a depor." Entre outros aspectos que emenda apresenta.
Acrescentando, a fonte afirmou que mesmo com a especialidade do advogado Adam Ford, na defesa de crimes tidos como de "colarinho branco", o facto é que, quem travou a extradição de Manuel Chang não é os EUA, muito menos, a justiça sul-africana, razão pela qual não tem chance, uma vez que caso o Juiz decida a favor de Chang abriria um mau precedente judicial, tomando em conta, que nos EUA, peça bastante o principio judicial "Stare Decis", ou seja, valorizasse a questão da Jurisprudência, o que criaria um caos jurídicos em situações semelhantes como a de activista e jornalista australiano Julian Assange, fundador do site WikiLeaks e que actualmente, encontra-se sob custódia da Polícia Metropolitana de Londres após ter sido detido a 11 de abril de 2019 e que a qualquer momento poderá ser extraditado para os EUA.
De salientar que no caso de Julian Assange, o Tribunal Superior de Londres rejeitou o recurso de Assange contra a sua extradição para os EUA, segundo noticiaram vários órgãos de comunicação social na sexta-feira (09.06). Conforme consta num parecer emitido na terça-feira, o juiz Jonathan Swift considerou que não são aceitáveis "nenhum dos quatro argumentos levantados pela defesa de Assange, reafirmando a autorização de extradição assinada em 17 de junho de 2022 pela então ministra do Interior britânica, Priti Patel."
No entanto, Manuel Chang pretende lutar até ao fim, o que segundo avançou a nossa fonte, a melhor estratégia seria seguir para os EUA e tentar um acordo com as autoridades americanas ou "hand over the scheme and underworld of the magna corruption of mozambican leaders" [entregar o esquema e o submundo da magna corrupção dos dirigentes moçambicanos] e sairia disso, rapidamente, caso contrário os contornos judiciais, poderão ainda ser mais desgastantes e morosos para Manuel Chang. (Omardine Omar)