Maputo acorda calma, mas sob forte vigilância militar e forças especiais da polícia
A cidade de Maputo, palco da marcha convocada para hoje pelo candidato derrotado nas últimas eleições gerais, Venâncio Mondlane, despertou num clima de calma aparente, mas sob forte presença das Forças de Defesa e Segurança (FDS), que patrulham diversas áreas estratégicas da capital.
A vigilância reforçada surge em linha com as declarações recentes do Ministro da Defesa, Custódio Chume, que mencionou a possibilidade de mobilizar o exército caso a situação o justificasse, perante receios de uma eventual escalada de violência. Desde o início da manhã, forças armadas e policiais foram posicionadas em pontos considerados sensíveis na cidade.
Um percurso feito pela Torre.news pelas principais ruas de Maputo revelou a presença das FDS em várias zonas. Na Avenida Julius Nyerere, nas proximidades do Maringue e ao longo do troço que passa pela Presidência da República, foi notória a presença militar, com equipas preparadas para responder a qualquer eventualidade.
A Avenida 25 de Setembro, incluindo a rotunda Roberto Mugabe, a Marginal e as imediações da Televisão de Moçambique, também se encontram sob vigilância militar, com o objectivo de conter possíveis actos que possam comprometer a ordem pública.
A Avenida Patrice Lumumba, uma via de acesso à Praça da Independência, centro simbólico da cidade, conta igualmente com forças especiais da polícia, posicionadas em locais estratégicos, como a esquina com a Avenida Vladimir Lenine, junto à Rádio Moçambique.
Na rotunda da OMM, onde convergem as avenidas Joaquim Chissano, Kenneth Kaunda e Vladimir Lenine, destacam-se as operações da Unidade de Intervenção Rápida. Este local é particularmente simbólico para os manifestantes, dado que ali foram mortos, em confrontos passados, o advogado Elvino Dias e o delegado do partido PODEMOS, Paulo Guambe.
A entrada da cidade de Maputo, pela N4, na zona da Maquinag, também regista presença reforçada de forças policiais especiais, com carros blindados das FDS em constante patrulha. Esta área é considerada crítica em dias de manifestações, dado o seu papel como ponto de acesso principal para quem chega à cidade.
A Avenida de Moçambique (N1), uma via fundamental de entrada para Maputo e que liga a capital a bairros periféricos e à cidade vizinha de Matola, como Patrice Lumumba, T3, Zona Verde, Jardim, Benfica, Magoanine, Zimpeto e Matendene, também conta com veículos policiais em acções de controlo.
Com este aparato de segurança, as autoridades procuram evitar qualquer acção que ameace a estabilidade da cidade, garantindo a ordem em meio à tensão política que marca o cenário actual.