Paralisação de voos da LAM: guerra de comunicados entre a Petromoc e a FMA não esclarece a verdade
O problema dos combustíveis para os voos das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) está a colocar a empresa pública Petromoc e a Flay Modern Ark (FMA) , a empresa sul-africana contratada pelo Governo para trazer a LAM à vida numa guerra de comunicados sobre quem é o responsável pela paralisação dos voos da companhia de bandeira nos dias 10 e 11 de Fevereiro.
Foram ao todo cinco voos da LAM que foram adiados por falta de combustível para abastecer as aeronaves, alegadamente porque as duas empresas que fornecem combustível àquela companhia, nomeadamente a Petromoc e a Puma Energy, interromperam o fornecimento por conta de uma dívida de mais de 600 milhões de meticais.
Esta segunda-feira, 12 de Fevereiro, a FMA veio ao público dizer que a falta de abastecimento aos aviões não se deve à dívida como tal, mas sim, à incapacidade das empresas fornecedoras, apesar de reconhecer que existe uma dívida apenas com a Petromoc , desde Dezembro do ano passado.
Mas a pergunte que não quis calar é: será possível que as duas empresas não tenham, em simultâneo, capacidade para abastecer os aviões da LAM?
Na busca de esclarecimentos, a Torre.news soube que a versão da FMA é desmentida pela Petromoc. Em comunicado emitido hoje, a Petromoc diz que "não registou nos dias 10 e 11de Fevereiro qualquer falta de combustível na aéreo-instalação de Mavalane ou em qualquer outra aero-instalação por si operada no país", declinado fazer pronunciamentos sobre a polémica da dívida, alegando que questões de natureza comercial trata em fóruns próprios com os clientes.
Já a Puma Energy, empresa gerida por Danilo Correia, irmão do Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, não se mostra interessada em comentar o assunto, mas não desmente a inexistência da dívida e nem confirma.
Outro problema, ainda no rol dos combustíveis na LAM, é que há aviões que, segundo o que está documentado, são abastecido com toneladas de combustível acima das suas capacidades.
Tal situação, para a direcção da FMA, se apresenta como uma anomalia grave nas já identificada.
É que, se uma aeronave tem capacidade máxima de combustível na ordem de 80.000 litros, comumente designado 80 toneladas, nos documentos a mesma aeronave está a ser abastecida a 95 toneladas.
“Então a questão é onde as 15 toneladas restantes estão a entrar”, questiona a direcção da empresa contrata para tira a LAM do vermelho.
Tal facto, pode, por exemplo, levar a reflexão sobre quem se beneficia do valor das 15 toneladas que são pagos e não abastecido na aeronave, porque a capacidade assim não o permite, e desde quando tal acontece.