Porto de Maputo terá peso significativo na economia

A modernização e expansão do Porto de Maputo, na capital de Moçambique, responsável por mais de 60 por cento do tráfego de mercadorias do Corredor Logístico de Maputo (CLM), resultará num contributo anual de cerca de 345 milhões de dólares norte-americanos para o Produto Interno Bruto (PIB) até 2058.

Agosto 1, 2022 - 16:55
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Porto de Maputo terá peso significativo na economia
Porto de Maputo

Esta é uma constatação de um estudo elaborado pela consultora Cooningarth Economists, em parceria com o Standard Bank, onde se estima que o empreendimento terá ainda impactos macro-económicos mais amplos na vertente de receitas fiscais, criação de emprego, rendimento das famílias e fluxos comerciais e que o Governo de Moçambique poderá receber anualmente 79 milhões de dólares em impostos (directos e indirectos) ligados ao projecto.


“O Governo poderá ter mais de 526 milhões de dólares adicionais referentes a impostos associados ao aumento da actividade económica (volume de comércio) resultante da modernização e expansão do porto, sendo que o impacto fiscal será de aproximadamente 605 milhões, em média ao longo do período do projecto”, refere o estudo, citado hoje pela AIM.


Prevê-se que toda a cadeia de valor contribua com 824 milhões de dólares norte-americanos (cerca de 5,8 por cento do actual PIB de Moçambique) e 1,2 mil milhões em média anual para o PIB moçambicano e sul-africano, respectivamente, com 133 mil empregos adicionais a serem sustentados em Moçambique e 67 mil na Áfricado Sul.


Além disso, espera-se que os investimentos no Porto aumentem o rendimento dos agregados familiares moçambicanos e sul-africanos em 437 milhões de dólares e 777 milhões de dólares, respectivamente.


O documento salienta ainda que as estimativas acima referidas baseiam-se na actual ineficiência na gestão dos fluxos de carga no posto fronteiriço Lebombo/Ressano Garcia, pelo que se podem obter benefícios adicionais significativos uma vez atenuados os constrangimentos.


O Porto de Maputo é um catalisador fundamental para o comércio na economia moçambicana e noutros países da região da Comuinidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), sendo parte integrante do Corredor Logístico de Maputo (CLM), que inclui o Posto Fronteiriço de Ressano Garcia, linhas ferroviárias de Maputo a Gauteng e a Estrada Nacional Número Quatro (N4).


O CLM tem como principal função facilitar o transporte de cargas da África do Sul e dos países do hinterland. As principais mercadorias transportadas ao longo do corredor são minérios (brutos e transformados) e produtos agrícolas.


Embora os minerais exportados provenham, na sua maioria, da África do Sul, espera-se que com a modernização e expansão do porto mais países da região (tais como Zâmbia, Zimbabwe e República Democrática do Congo) recorram a esta importante infra-estrutura para dinamizar as suas economias.


Actualmente o Corredor Logístico de Maputo movimenta/manuseia, em média, 1600 camiões de carga por dia, que representam cerca de 30 milhões de toneladas por ano, mas com uma tendência crescente.