UE aprova 89 milhões de euros para financiar combate ao terrorismo
A União Europeia (UE) aprovou um pacote de 89 milhões de euros para financiar as acções de combate ao terrorismo que, desde Outubro de 2017, assola a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
O valor, que será disponibilizado ao longo das próximas duas semanas, será investido na formação das Forças de Defesa e Segurança (FDS) com vista a torná-las mais operacionais e auto-suficientes, bem como na compra de equipamento de protecção militar e outro não letal.
O facto foi anunciado esta quarta-feira pelo Embaixador da União Europeia acreditado em Moçambique, António Sánchez-Benedito Gaspar, minutos após de uma audiência que lhe foi concedida pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, e que marcou o fim do seu mandato de quatro anos em Moçambique.
“No que diz respeito a equipamento a União Europeia já aprovou um pacote de 89 milhões de euros para formação e compra de equipamento não letal para 11 unidades de comando de fuzileiros que estão a ser capacitadas, incluindo fardas, coletes, capacetes, sistemas de comunicação, drones, viaturas, hospital de campanha, entre outros materiais de protecção individual”, detalhou.
O diplomata assegurou que o apoio no combate ao terrorismo vai continuar durante algum tempo porque, infelizmente, a situação poderá continuar por mais algum tempo.
'É verdade que já foram feitos grandes avanços na luta contra o terrorismo e que o governo de Moçambique, com o apoio de países aliados, conseguiu controlar a situação em termos gerais, mas os ataques continuam e mesmo em alguns lugares que, até ao momento, não tinham sido afectados ″, salientou.
No seu entender, os terroristas estão a perder uma certa capacidade de ataque, mas ao mesmo tempo estão a se espalhar por outras regiões nunca antes afectadas, algo que constitui um desafio para o Estado e o povo moçambicano.
'Daí que temos que continuar a estar presentes. Por isso, o nosso objectivo e do Presidente da República é que as Forças de Defesa e Segurança sejam capazes de poder controlar e gerir a situação. Essa é a razão do nosso apoio', vincou.
Sobre o encontro mantido com o Chefe de Estado afirmou que foi uma oportunidade para fazer o balanço dos últimos anos que foram muito intensos e ao mesmo tempo reforçar e aprofundar a parceria entre a União Europeia e Moçambique.
Revelou que a UE vai iniciar um novo ciclo de cooperação sobre a base alinhada com as prioridades de Moçambique, mas com foco na juventude.
'Vamos colocar muito foco na juventude nesta nova época e vamos dar igualmente maior atenção na transição verde ecológica e digital de Moçambique e nas questões de paz e segurança', referiu.
Felicitou o Chefe de Estado moçambicano pela sua liderança no processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) dos ex-guerrilheiros da Renamo, maior partido da oposição no país.
Ainda ontem, o alto magistrado da nação recebeu em audiência o Embaixador da Palestina acreditado em Moçambique, Fayez Jawwad, que entregou cartas de felicitações pela eleição do país a Membro não Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e pela celebração dos 47 anos de Independência nacional.