As últimas horas de Manuel Chang na RAS
Isto acontece, depois de ter ficado detido por período de aproximadamente quatro anos e sete meses, onde diante de tantas presenças no Tribunal sul-africano, infelizmente, Manuel Chang, nunca chegou a ter direito à palavra, e espera-se que de uma vez por todas fale e explique como tudo se desenrolou entre 2012 a 2014.
Finalmente, o antigo Ministro das Finanças e ex-Deputado pela Bancada Parlamentar da Frelimo, Manuel Chang vai enfrentar “os gringos ao vivo e a cores” em Nova Iorque, nos Estados Unidos de América (EUA). Isto acontece, depois de ter ficado detido por período de aproximadamente quatro anos e sete meses, onde diante de tantas presenças no Tribunal sul-africano, infelizmente, Manuel Chang, nunca chegou a ter direito à palavra, e espera-se que de uma vez por todas fale e explique como tudo se desenrolou entre 2012 a 2014.
Detido em dezembro de 2018 no Aeroporto Oliver Tambo, na África do Sul, quando se encontrava em trânsito para o Dubai, no âmbito de um mandado de captura da justiça norte-americana por crimes financeiros ligados ao escândalo das dívidas ocultas, num valor avaliado em 2.7 mil milhões de USD. Portanto, desde a detenção, Manuel Chang, transformou-se numa autêntica “bolinha de ténis”, devido aos interesses da justiça moçambicana e o “braço de ferro” das Organizações da Sociedade Civil (OSC) nacionais, que tudo fizeram para que Chang seguisse viagem para Nova Iorque.
Entretanto, tudo está aposto para que Manuel Chang conte a sua longa versão dos factos, uma vez que na leitura de especialistas em direito internacional como André Thomashausen, os anos que Chang passou na prisão da África do Sul não entram para as possíveis contas prisionais nos EUA, caso venha a ser condenado. Outrossim, nos últimos meses, Manuel Chang contratou uma firma de advogados para fazer face ao processo em Nova Iorque, onde os mesmos submeteram um requerimento invocando a sexta emenda da Constituição norte-americana, solicitando a anulação do processo, alegadamente porque Manuel Chang viu os seus direitos violados na prisão, ao ficar mais de quatro anos detidos sem ter sido julgado conforme emana “o amuleto constitucional americano”.
No entanto, caso a estratégia jurídica de Manuel Chang não pegue, assistiremos novos contornos do mediatizado processo, uma vez que existem várias saídas para a resolução do caso, entre elas, entregar os detalhes surdidos e escondidos do caso, sobretudo, em relação aos beneficiários primários do calote, que neste momento, devem estar com a mente tensa e banhada de vários pensamentos sinuosos, imaginando como Manuel Chang, os entregará aos gringos.
Em Nova Iorque, Manuel Chang tem várias saídas. A 1ª – Delatar e beneficiar-se dos proventos norte-americanos de protecção à testemunha. A 2ª – Lutar para a Justiça, provar a sua inocência e voltar para Moçambique, vir se vingar de todos que os combateram nos últimos anos. 3ª – Lutar pela Justiça, perder e ser condenado a uma pena pesada no sistema judicial americano, ou mesmo, ver o processo anulado e pedir asilo político, escrever um “livro tenebroso sobre as sujidades políticas e económicas de Moçambique nos últimos anos”, onde tudo estará cristalino e transparente na versão dele dos factos.
Qual será a saída de Manuel Chang neste imbróglio judicial? (Omardine Omar)