CFM posiciona mais vagões no sul e centro face à demanda
Mais 150 vagões estão em descarregamento, em Maputo, no quadro de um programa da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) para a aquisição, este ano, de 300 unidades circulantes.
Falando esta semana a jornalistas, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) dos CFM, Miguel Matabel, esclareceu que esta aquisição iniciou em 2017, com a importação de 90 vagões, tendo-se seguido mais lotes de 300 unidades.
Citado pelo “Notícias”, Matabel disse que a ambição da empresa é fechar o presente ano com mais de 900 vagões adquiridos nos últimos 60 meses para equilibrar o sistema ferroviário do centro e ao mesmo tempo fazer face a novas demandas no sistema sul.
Matabel indicou que alguns dos vagões serão posicionados na linha de Goba, onde a empresa tem um acordo com a sua congénere de Eswatini para a livre circulação de comboios sem paragem na fronteira entre os dois países.
“Na linha do Limpopo temos um entendimento com o Botswana para o transporte de mercadorias até ao Porto de Maputo. Neste momento, estamos a usar vagões deste país mas queremos alocar, pelo menos 50 vagões para fazer face à demanda nesta linha”, indicou Matabel.
Apontou que a empresa precisa ainda de alocar outros meios circulantes para a linha de Ressano Garcia [que liga o Porto de Maputo à África do Sul], com vista a servir ao mercado de minérios.
No caso específico da região Centro do país, Miguel Matabel apontou que parte dos vagões que estão a ser adquiridos serão posicionados nas linhas de Machipanda, que liga o Porto da Beira ao Zimbabwe, bem como Mutarara-Vila Nova da Fronteira, que estabelece aligação para o vizinho Malawi.
Esclareceu que nestas aquisições que a empresa tem estado a fazer, também tem em perspectiva conquistar o tráfego de contentores e de combustíveis para mercados como Mphumalanga, na África do Sul, Zimbabwe e internamente em Moatize, sobretudo para as minas exploradas pela Vulcan Mineralis.
Parte dos vagões em aquisição, cerca de 100 unidades, serão alocados no Centro do país para transporte de carvão de Moatize e do Zimbabwe, via linha de Machipanda.
Sobre os investimentos, Matabel explicou que, inicialmente, a empresa se auto-financiou com os recursos próprios, mas com o decurso do tempo, passou a contar com o apoio financeiro do Banco Standard Bank que injectou cerca de 29 milhões de dólares norte-americanos.
O PCA dos CFM referiu ainda que os primeiros 600 vagões foram adquiridos na África do Sul. No entanto, com a eclosão da pandemia, estes aumentaram de preço facto que obrigou a empresa a lançar um concurso ganho por uma firma chinesa.“Portanto, com os chineses, os primeiros 150 vagões que recebemos tiveram um custo bastante competitivo e a qualidade existe, por isso, achamos que vale a pena apostar neles”, indicou.