Congo assume presidência rotativa da SADC
O Chefe do Estado da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, assumiu ontem, quarta-feira (17), a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O acto teve lugar durante a abertura da 42ª Cimeira desta organização regional, um evento de dois dias, em curso em Kinshasa, capital da RDC, na qual Moçambique faz-se representar por uma delegação chefiada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
Tshisekedi sucede o seu homólogo malawiano, Lazarus Chakwera.
A cimeira abriu com apelos para uma maior união e trabalho conjunto entre os Estados-membros de modo a evitarem a pilhagem dos recursos naturais no continente, reporta a Rádio Moçambique, emissora nacional.
No discurso da passagem do testemunho para a RDC, o Presidente malawiano disse que os países da região devem evitar desconfianças entre si e trabalharem juntos de modo a transformarem os recursos naturais existentes em soluções para os múltiplos problemas que afligem as populações da região.
Chakwera disse ainda que os Estados-membros da SADC não devem ser mendigos do Ocidente enquanto tiverem recursos naturais e, de forma alguma, permitir o saque por pessoas ou forças estranhas a região.
Além da questão da união, o presidente cessante da SADC abordou o impacto das mudanças climáticas nos países da região.
Chakwera terminou o seu discurso destacando que “África está aberta para o negócio, mas não está a venda”.
Já no seu discurso de aceitação da presidência rotativa da SADC, o Chefe do Estado da RDC começou com um apelo aos Estados-membros para apoiarem o seu país na condução dos destinos da organização nos próximos 12 meses.
Tshisekedi destacou a pacificação do leste da RDC como sendo um dos desafios que necessita do apoio dos Estados-membros da SADC e agradeceu o apoio concedido por alguns países na resposta ao desafio.
O leste da RDC há vários anos que é palco de ataques armados protagonizados pelo movimento rebelde M23.
No que concerne a industrialização da África Austral, Tshisekedi destacou na sua intervenção que urge melhorar os projectos inseridos no Plano Director desta organização regional.
Tshisekedi considera a área das tecnologias como tendo um elevado potencial para catalisar o processo da industrialização da região.
A cimeira foi marcada pela homenagem com medalhas aos fundadores da organização, entre os quais se destaca o primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Moisés Machel.
O evento decorre sob o lema “Promoção da Industrialização, através do Agro-Processamento, da Transformação de Recursos Minerais e do Desenvolvimento das Cadeias-de-Valor Regionais, para o Crescimento Económico Inclusivo e Resiliente”.
A Cimeira tem como principais pontos da agenda questões políticas e da paz e segurança, assim como económicas e sociais, no quadro do reforço da integração regional, mobilizando esforços colectivos para fazer face aos múltiplos desafios com que a SADC e os seus Estados-Membros se confrontam, para o bem-estar das populações da região.