Crescimento acentuado na produção de Gás Offshore em Moçambique, revela relatório
Moçambique está a ser projectado como um dos principais países com perspectivas de crescimento significativo na produção de gás offshore, de acordo com um relatório do Westwood Global Energy Group.
A mesma tendência é prevista para a Tanzânia, país vizinho que compartilha a bacia de Rovuma, uma das regiões-chave para a exploração de gás natural.
O relatório destaca o projecto Coral Sul, que foi o primeiro a entrar em operação na bacia de gás de Ruvuma-Rufiji, na África Oriental. Este projecto deverá continuar a produzir cerca de 75.000 barris de óleo equivalente por dia (boe/d) até 2027.
A partir desse ano, espera-se um aumento substancial na produção de gás em Moçambique, impulsionado pelo desenvolvimento do campo offshore Golfinho-Atum, operado pela TotalEnergies, e pela Fase II do projecto Coral, liderada pela Eni.
No entanto, o conflito em Cabo Delgado levou a TotalEnergies a declarar força maior no projecto de GNL de 13 milhões de toneladas por ano (MMt/ano), atrasando o início da produção no campo Golfinho-Atum para 2028, nove anos após a aprovação inicial do projecto.
Este atraso também teve repercussões no projecto de GNL Rovuma da Exxon Mobil, que planeava compartilhar infra-estruturas com o projecto de GNL moçambicano.
Apesar dos desafios, a Exxon Mobil tem avançado com esforços para reduzir custos, reformulando o plano original do complexo de 15,2 MMt/ano, composto por dois trens, para um complexo maior de 18 MMt/ano, utilizando uma abordagem modular.
A empresa já lançou licitações para um contrato de Engenharia, Aprovisionamento e Construção (FEED e EPCI) para as instalações de coleta de gás submarino até a costa.
Nos últimos cinco anos, a actividade de perfuração na bacia de gás offshore de Moçambique e da Tanzânia tem sido modesta, com uma média de apenas um poço perfurado por ano.
No entanto, espera-se um aumento significativo, com a previsão de perfuração de cerca de 50 poços nos próximos anos para apoiar os projectos de GNL em águas profundas em Moçambique.
Até ao momento, 27 árvores submarinas foram adjudicadas entre 2017 e 2019 para os projectos Coral Sul e Golfinho-Atum. Adicionalmente, mais 30 árvores submarinas deverão ser encomendadas, incluindo seis para o campo Coral Norte da Eni, cuja Decisão Final de Investimento (FID) é aguardada antes do final deste ano.