Dividendos dos CFM registam queda drástica em 2021

Em 2021, a empresa pagou de dividendos cerca de 770 milhões de Meticais, contra 1.2 bilião em 2020.

Agosto 26, 2022 - 04:51
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A Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) é uma das grandes empresas públicas que mais contribui para os cofres do Estado. Contudo, em 2021, a contribuição dos CFM registou uma queda assinalável em relação a 2020, já que os lucros da empresa também caíram consideravelmente. A empresa pagou de dividendos cerca de 770 milhões de Meticais, contra 1.2 bilião em 2020.

 

Dados constantes do Relatório e Contas dos CFM de 2021 indicam que a empresa embolsou em lucros, 3.3 biliões de Meticais, contra 5.2 biliões de Meticais registados em 2020, o que representa uma redução de 36%. Como consequência da queda dos lucros, a empresa pagou poucos dividendos ao único accionista, o Estado Moçambicano, representado pelo Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE).

 

Quanto à informação da aplicação dos lucros os CFM destinaram do total dos resultados líquidos, 67%, equivalente a 2.2 biliões de Meticais, para investimentos futuros. Entretanto, no ano anterior, a reserva para investimento foi de 3.5 biliões de Meticais. Do “bolo” total a empresa só transferiu 23%, o equivalente a 769.9 milhões de Meticais de dividendos para o Estado, um valor 400 milhões inferior aos dividendos pagos em 2020, na ordem de 1.2 bilião de Meticais. Os remanescentes 10%, equivalente a 334.7 milhões de Meticais da receita total, a empresa reservou para fins sociais. Em 2020, para esta mesma rubrica alocou 522.6 milhões de Meticais.  

 

A empresa refere que concorreram para estes resultados no exercício económico de 2021 a contração económica associada aos efeitos da Covid-19 que a nível interno caracterizou-se pela intensificação das medidas de confinamento durante o primeiro trimestre, motivado pela eclosão da terceira vaga em Junho (a mais letal), bem como outros factores negativos, nomeadamente ciclones, descarrilamentos, fraca oferta da carga ferroviária.

 

Perante a conjuntura económica desfavorável a nível regional e mundial, a Administração dos CFM sublinha no relatório que centrou as medidas de gestão no esforço de contenção e racionalização de custos operacionais, principalmente no controle de novas contratações para o ano de 2021, controlo de consumo de combustíveis em operações, controlo de custos de aluguer de material circulante (vagões e locomotivas), bem como o controlo de custos de manutenções. Entretanto, os custos com o pessoal aumentaram de 4.9 milhões de Meticais em 2020 para 5.7 milhões de Meticais em 2021.

 

 O balanço dos CFM de 2021 mostra que os activos da empresa se valorizaram, tendo passado de 57.3 biliões em 2020 para 63.2 biliões de Meticais no período em análise. O total de passivos cresceu de 17.7 biliões de Meticais para 20.9 biliões em 2021.