EMOSE desafiada a aflorar oportunidades na indústria de gás
O desafio chega numa altura em que a EMOSE é a única companhia que assegura o Projecto Coral Sul FLNG avaliado em 7 biliões de USD.
A Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) foi desafiada a aflorar oportunidades na indústria de extracção de gás natural que se desenvolve no país, principalmente na província nortenha de Cabo Delgado. O desafio foi apresentado, há dias, pelo vice-ministro da Economia e Finanças, Amílcar Tivane, durante o lançamento das comemorações dos 45 anos da criação da empresa.
“A EMOSE tem demonstrado sinais de resiliência e uma melhoria gradual nos índices de rentabilidade. Porém, é necessário posicionar a empresa para os desafios actuais e futuros, tendo em conta que Moçambique está a estruturar-se para se tornar num grande exportador na indústria do gás”, afirmou Tivane.
Este desafio chega numa altura em que a EMOSE é uma das 19 seguradoras que operam no país, sendo a companhia que tem como cliente o Projecto Coral Sul FLNG avaliado em 7 biliões de USD e que está prestes a começar a produzir gás natural liquefeito na Área 4 da Bacia do Rovuma.
Para além do sector de hidrocarbonetos, o vice-ministro da Economia e Finanças desafiou a EMOSE a oferecer os seus serviços às micro, pequenas e médias empresas, bem como às camadas da população mais carenciadas.
O Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE), que é o accionista maioritário da EMOSE, também apresentou desafios para a maior e mais antiga empresa de seguros do país. Discursando na ocasião, o Administrador Executivo do IGEPE, Raimundo Matule, disse que um dos principais desafios da EMOSE é de assegurar maior rentabilidade para incrementar os dividendos aos accionsitas.
“É com base nos dividendos deste tipo de empresas que o IGEPE financia as suas actividades, inclusive procura apoiar outras empresas do sector empresarial do Estado que atravessam dificuldades. Portanto, a EMOSE deve assegurar a mais alta rentabilidade de cada Metical investido, não bastando a representatividade em todo o país e a liderança em termos de quota de mercado”, referiu o Administrador.
Na cerimónia também foram chamados os antigos gestores/fundadores da EMOSE. Entre eles, marcou presença Prakash Ratilal que foi um dos fundadores e primeiro Director Executivo da empresa. Contou que os principais desafios enfrentados foram principalmente humanos e técnicos. Segundo Ratital, em 1977, ano da fundação, grande parte da massa laboral não tinha a quinta classe, tendo a gestão sido obrigada a criar um centro de formação para minorar o problema.
César Madivado desempenhou o cargo de Administrador Delegado de 2005 a 2014. Contou que durante o período das suas funções constatou que a massa laboral da EMOSE era excedentária. Disse que até 2005 a empresa contava com pouco mais de 700 trabalhadores, quando eram necessários apenas cerca de 200 funcionários. “Para resolver o problema, a EMOSE tinha que fazer uma reforma da massa laboral que culminaria com a indenização de funcionários. Entretanto, não havia dinheiro para tal. Então, a empresa viu-se obrigada a vender 10% das suas acções para conseguir pagar as indeminizações”, explicou Madivado.
Por seu turno, o Presidente do Conselho de Administração da EMOSE, Joaquim Langa, assegurou que após um profunda transformação institucional, a empresa define como missão assegurar pessoas, bens, serviços e negócios com total garantia, contribuindo activamente para o desenvolvimento socioeconómico nacional. Langa assegurou que EMOSE não só vai consolidar a liderança da quota de mercado, como também conseguir a maior margem de solvência do mercado graças a robustez financeira sustentável e uma liquidez considerável e a superação de todos os indicadores fixados pelo regulador e standards do mercado.
A empresa aproveitou a ocasião para lançar o concurso jornalístico, denominado “Seguros para Todos” que tem como objectivo incrementar literacia e consumo de seguros no país.