"Escândalos" da Black Gold Resources chegam ao Gabinete Provincial de Combate à Corrupção de Tete

Em causa está uma denuncia de desmandos submetida há dias no Gabinete Provincial de Combate à Corrupção por um grupo de trabalhadores da empresa que a nossa reportagem teve acesso, segundo consta no documento em causa, tudo começou com uma notícia publicada pela Revista investigativa "Integrity" que no passado dia 28 de abril de 2023, noticiou que o proprietário da empresa BGR está detido na Índia acusado de lavagem de dinheiro e política de impostos especiais.

No documento em nossa posse, os denunciantes explicam que "o grupo Treident na qual faz parte a empresa Black Gold Resources, comprou uma empresa com capitais indianos em Moçambique, de nome BGR (Mining and infractruture), num valor superior a 20.000.000,00 de USD. A venda da mesma foi feita na Índia, não tendo a empresa Black Gold Resources pago os impostos necessários ao Governo moçambicano, nem indemnizado os seus colaboradores e nem sequer informado os colaboradores sobre a troca de patronato, justificando-se que não se tratou de uma venda, mas sim, de troca de nomes de BGR-Mining and Infractruture para a actual Black Gold Resources."

No documento submetido ao GPCC em Tete, os colaboradores avançam que "estranhamente, a então empresa Black Gold Resources, tem no seu quadro Directivo um cidadão de origem indiana, de nome Krishan Prasad, a trabalhar em Moçambique com um DIRE Doméstico, ou seja, o mesmo não tem autorização de Trabalho emitido pelo Ministério do Trabalho e o DIRE em questão, não é o adequado para exercer as funções que o mesmo exerce na empresa, tais como assinar cheques de diversos Bancos como o FNB, MOZA, ABSA, na empresa assina contratos, celebra reuniões e demais actos."

Prosseguindo, os denunciantes avançam que o cidadão acima mencionado, está em conluio com um outro colega seu de nacionalidade indiana, de nome Venkat Red, de 67 anos de idade, que não tem respeito nenhum pelos colaboradores moçambicanos. Sabe-se também que, não tem habilitações literárias para exercer o actual cargo de engenheiro de Mina, o qual lhe foi atribuído.

No role das denúncias, os colaboradores afirmam que "os insultos aos colaboradores na mina são constantes, os maus tratos, como se de escravos se tratasse, e está envolvido em tudo que são negócios contratuais na mina, de tal forma que, se as empresas contratadas não dão comissões, o mesmo retira a empresa da Mina e não renova o contrato."   

Na denúncia, o grupo adianta que "neste âmbito e diante que acima foi apresentado, solicitamos a intervenção de V. Excias como o guardião da legalidade em Moçambique, por forma a apurar a veracidade dos factos apresentados, pois os colaboradores já tentaram apresentar os actos como grito de socorro a instituições como a Direcção Provincial do Trabalho e outras instituições nacionais, porém, nunca há uma solução favorável aos colaboradores, pois presume-se que os órgãos das instituições tem recebido valores monetários para sempre estarem a favor da empresa, mesmo diante de tantas atrocidades."

No entanto, diante das acusações acima expostas e submetidas às autoridades nacionais, a nossa reportagem procurou ouvir a direcção da Instituição, que infelizmente no lugar de explicar-se preferiu começar com ameaças por alegadamente a empresa ter parceiros, "figuras grandes do País", e que tudo dito pelos colaboradores não passava de mentira. Mas em diante, o referido colaborador que responde pelos Recursos Humanos avançou que os denunciantes eram pessoas mal-intencionadas.

Entretanto, de fontes internas, apuramos que a empresa começou um processo de rescisões com certos colaboradores apontados como os mentores da carta denuncia que foi para ao GPCC, mas que estranhamente estava prestes a ser incinerada e os denunciantes processados até que uma chamada de uma Investigadora sénior da Instituição fez parar a tentativa. (O. Omar)