Incerteza eleitoral condiciona o regresso da Total Energies em Cabo Delgado

Segundo o presidente da república, Filipe Nyusi, a multinacional francesa pretende ver o resultado das eleições para ter certeza se seu investimento estará ou não em risco. “Nestes momentos de eleições, todos gostam de ter a certeza de ver como as coisas vão acabar. Então há uma coincidência de acontecimentos em Moçambique e aqui nos EUA. A Total Energies vai continuar com os seus projectos em Cabo Delgado, mas ninguém coloca dinheiro num momento de incerteza”, disse Nyusi.

Setembro 27, 2024 - 10:31
Setembro 27, 2024 - 10:52
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Incerteza eleitoral condiciona o regresso da Total Energies em Cabo Delgado
Exxon Mobil

O presidente falava aos jornalistas, na terça-feira, no final de sua visita de trabalho de quatro dias a Nova York, onde participou de vários eventos, entre eles a Assembleia Geral das Nações Unidas. Na mesma senda, o presidente afirmou que a Total Energies mantém sua decisão de retomar o projecto, embora sem uma data definitiva.

O presidente ainda afirma que esses projectos vêm com muito dinheiro, e pessoas conscientes não investem seu dinheiro em terreno pantanoso, em um momento de incerteza.

De referir que a Tota lEnergies lidera o consórcio que opera o projecto Moçambique LNG, localizado na península de Afungi, no distrito de Cabo Delgado, em Palma.

Em abril de 2021, a Total Energies declarou força maior para suspender todas as actividades do projecto, devido a um grande ataque terrorista contra a cidade de Palma.

O Projecto Moçambique LNG, orçado em 20 bilhões de dólares, começou com a descoberta de mais de 65 trilhões de pés cúbicos de gás natural na Bacia do Rovuma, o que levou a Total Energies e seus parceiros a tomar uma Decisão Final de Investimento em 2019.

O projecto inclui duas unidades de liquefação de gás a serem construídas na Península de Afungi, com capacidade de expansão de até 43 milhões de toneladas por ano.

Desde outubro de 2017, Cabo Delgado tem sido alvo de ataques terroristas que mataram mais de 3.000 cidadãos e fizeram com que mais de 900.000 pessoas fugissem para lugares mais seguros, desencadeando uma crise humanitária.

Fonte: AIM