Militares invadem palácio presidencial e tentam golpe de Estado na Bolívia

Tentativa de golpe foi liderada por ex-comandante do Exército, afastado após ameaçar ex-presidente Evo Morales e preso nesta quarta. Presidente da Bolívia, Luis Arce, fez pronunciamento destituindo chefes das Forças Armadas; novo comandante desmobilizou tanques e militares.

Junho 27, 2024 - 14:32
Junho 27, 2024 - 14:34
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Militares invadem palácio presidencial e tentam golpe de Estado na Bolívia

A Bolívia sofreu nesta quarta-feira (26) uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-comandante do Exército do país, mas sem sucesso.

Tanques do Exército e militares armados chegaram a invadir o Palácio Quemado, em La Paz, a antiga sede do governo que ainda funciona para atos protocolares.

A tentativa de golpe - a segunda em cinco anos no país - foi arquitetada pelo general Juan José Zúñiga. Zúñiga havia sido destituído do cargo de comandante do Exército após fazer ameaças ao ex-presidente Evo Morales - afirmou que prenderia Morales caso o ex-presidente voltasse ao poder.

O ex-comandante terminou preso nesta quarta-feira após o ato e, ao ser levado por policiais, acusou Arce de ter orquestrado o ato para promover um autogolpe e ganhar popularidade.

Após cerca de quatro horas de tensões que incluíram um cara a cara entre o presidente, Luis Arce, e Zúñiga, o movimento foi desmobilizado por ordem de Arce, e os militares que participaram da tentativa de golpe deixaram o local, cercados por soldados que se mantiveram fiéis ao governo.

Em pronunciamento, Luis Arce destituiu também os outros dois comandantes da Marinha e da Aeronáutica, nomeou novos chefes para as três forças e ordenou a desmobilização das tropas.

A Procuradoria-geral da Bolívia anunciou que abriu uma investigação contra Zuñiga e os militares que participaram da tentativa de golpe.