Moçambique passa a rastrear ataques cibernéticos

Moçambique vai criar mecanismos para rastrear todos os ataques cibernéticos que ocorrem no país, anunciou semana passada o Instituto Nacional de Tecnologia de Informação e Comunicação (INTIC).

Outubro 11, 2022 - 15:39
Outubro 11, 2022 - 16:18
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Para o efeito, o INTIC vai constituir uma Equipa de Resposta a Incidentes de Segurança de Computadores Nacional (CSIRT-Nacional) que trabalhará no observatório de segurança cibernética.


'A rede dos grupos de Equipa de Resposta a Incidentes de Segurança de Computadores (CSIRT) tem como uma das tarefas fundamentais fazer o rastreio dos ataques”, disse Lourino Chemane, Presidente do Conselho de Administração do INTIC, em conferência de imprensa que marcou o lançamento das comemorações do mês da segurança cibernética.

A Equipe Nacional irá partilhar com o CSIRT Sectorial e, através desse mecanismo, passaremos a ter a capacidade de registar o tipo de ataque que ocorre, avaliar a sua severidade e o tipo do impacto que vai ter no país”, explicou.


Segundo Chemane, a constituição dos grupos de CSIRT faz parte da estratégia nacional de segurança cibernética que compreende a criação do observatório nacional de segurança cibernética.


Com relação ao grupo alvo mais susceptível aos ataques cibernéticos, Chemane destaca o sector público e financeiro. Para além destes dois sectores, Chemane avança que os jovens são também a faixa etária mais vulnerável e, por isso, o INTIC vai realizar palestras de consciencialização em matérias de segurança cibernética.


'Escolhemos o grupo de alunos do ensino secundário porque são os que mais usam a Internet e fazem-no sem o cuidado que deviam ter. As estáticas indicam que este grupo tem sido o alvo principal deste tipo de ataques' referiu.


O também INTIC vai implementar um sistema de certificação digital que permitirá a assinatura electrónica de documentos, um procedimento que será feito com base na hierarquia de confiança estabelecida pelo governo.


Em paralelo, vai organizar palestras viradas a divulgação do quadro legal e regulamentar das TIC’s, com enfoque nos aspectos ligados as leis de transacções electrónicas.


Segundo Chemane, urge criar condições matérias e humanas para dar uma resposta adequada aos crimes cibernéticos.


'É preciso estabelecer infra-estruturas tecnológicas que devem ser usadas em caso de necessidade para identificar os perpetradores dos ataques, e dispor de recursos humanos preparados tecnicamente para lidarem com essas situações', referiu.


As comemorações do mês da segurança cibernética serão marcadas por debates sobre os desafios atinentes a criação da Lei de Protecção de Dados, lei de crimes cibernéticos e a criação da Lei de Direitos Digitais.

Questionado sobre os prejuízos causados pelos ataques cibernéticos em Moçambique, Chemane disse não estar em condições de fazer uma estimativa.

“É difícil quantificar dada a natureza dos crimes, porque alguns dos crimes praticados não têm conversão imediata para valores monetários. Um ataque à integridade e a honra de alguém ou um ataque contra a integridade de uma instituição é difícil calcular o dano”, disse.

Acrescentou que, por exemplo, um ataque à uma companhia área que, por consequência, cancele os voos ou um ataque ao serviço financeiro de um país, impedindo as transacções financeiras, constitui uma perda que requer muito tempo para quantificar.


Esta é a primeira vez que Moçambique celebra Outubro como mês da segurança cibernética.