Nyusi exige uma EDM rentável e operacional

O Presidente da República, Filipe Nyusi, recomenda a liderança da Electricidade de Moçambique (EDM) a trabalhar no sentido de tornar a aquela empresa pública rentável, através da redução das perdas de energia no transporte e ligações clandestinas.

Agosto 31, 2022 - 15:49
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A recomendação foi expressa durante a Gala alusiva aos 45 anos da EDM, havida hoje, em Maputo.


Além de controlar os custos das infra-estruturas, segundo Nyusi, a EDM também deve reestruturar o seu balanço, de modo a manter o seu equilíbrio financeiro.

“É verdade que tem obrigações sociais que, por vezes, instruímos mas apelamos a uma gestão da empresa de forma comercial”, afirmou o Chefe do Estado, explicando que um dos principais objectivos é consolidar a confiança das instituições financeiras, incluindo dos parceiros de cooperação.


Por isso, o estadista moçambicano recomenda que a EDM seja gerida com base em regras de conduta e melhores práticas internacionais de gestão empresarial, bem como pautar pelos princípios de honestidade na contratação de bens e serviços, distanciando-se das práticas de nepotismo, troca de favores e outros comportamentos que lesam o bom nome da empresa e a sua prosperidade.


“Estamos satisfeitos da maneira como trabalham, mas também sabemos que há os que mancham o nome, esses que fazem ligações [clandestinas]”, disse.


Destacou que a EDM deve servir de exemplo no combate à corrupção, frisando que a governação corporativa será igualmente determinante para consolidar a sua credibilidade e confiança perante os investidores, incluindo parceiros internacionais.


Nyusi recomenda ainda a EDM a colaborar com a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), Fundo Nacional de Energia (FUNAE) e outros produtores independentes de energia.


Essa colaboração deve concorrer para garantir a disponibilidade de energia para evitar que o balanço energético seja negativamente afectado face ao crescimento significativo da procura.


A empresa pode estar convencida de estar a distribuir energia eléctrica no país, sobretudo nas localidades e postos administrativos, quando a realidade demonstra o contrário.


O Chefe de Estado advertiu que apesar de a energia ter chegado em alguns postos administrativos, ainda está por chegar as populações. Por isso, incumbiu direcção da EDM a dar continuidade aos projectos de massificação de energia e consolidação do posicionamento de Moçambique como pólo regional de energia eléctrica.


Para o efeito, a empresa deve também explorar energias limpas e renováveis na matriz. “Estamos na região e numa posição demasiadamente vantajosa. Todo o tipo de energia que se produz no mundo, nós podemos produzir; não produzimos de carvão porque respeitamos “a conservação do meio ambiente”.

Sobre o capital humano da EDM, o Presidente afirma que o trabalhador deve ser o centro da instituição a todos os níveis na empresa, merecer carinho, respeito e valor.


“Estes homens e mulheres que tanto se sacrificam, caminhando do Rovuma ao Maputo, com os seus passos, portanto eles andam a pé para esticar a linha não andam de avião”, disse, acrescentando de seguida que os trabalhadores da EDM são os verdadeiros actores da economia do país.


A EDM foi criada em 27 de Agosto de 1977, dois anos após a independência de Moçambique, 25 de Junho de 1975, com a missão de estabelecer e explorar o serviço público de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica.

 

Na altura, o país só tinha apenas 15 distritos ligados a energia eléctrica. Hoje, a EDM já conseguiu ligar todos os distritos, somando mais de 2,8 milhões de ligações.