ORDEM DOS ADVOGADOS: Reclama fraca qualidade de quadros no judiciário

A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) manifestou ontem (12), em Maputo, o seu desagrado devido a baixa qualidade de quadros formados no sector da justiça.

Setembro 13, 2022 - 16:37
Setembro 15, 2022 - 23:10
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Segundo o Bastonário da OAM, Duarte Casimiro, é urgente que o país comece a olhar para a qualidade a partir do ensino primário para colmatar as irregularidades que tem se constatado, não só na área da justiça, mas também em outras áreas de conhecimento.


“Nós devíamos fazer um investimento muito grande nas áreas de formação e esta não pode iniciar apenas no ensino superior, tem de começar no ensino primário. Sem este investimento, dificilmente teremos qualidade no ensino superior”, disse Casimiro, no lançamento das comemorações da semana do advogado que decorre de 12 a 17 dos mês em curso.


“O que adianta ter mais de mil pessoas que se dizem ter formação numa certa área quando apenas 10 é que funcionam adequadamente?”, questionou.


A fonte também lamentou a falta de ética e deontologia profissionais dos advogados. Segundo ele, este é um dos maiores desafios que a Ordem tem enfrentado no seio da classe.

Apesar de não ser uma tarefa fácil, Casimiro assegurou que a agremiação está a trabalhar para reduzir o fenómeno e dignificar o trabalho dos advogados em Moçambique.

 

“A ética e deontologia profissionais são um desafio que sempre se colocou. Tudo faremos para efectivamente sairmos vitoriosos neste processo. Não é fácil porque, infelizmente, a nossa sociedade está doente. Ainda que o nosso advogado não seja corrupto, ele é corruptível”, explicou Casimiro.

 

Relativamente à semana comemorativa, que decore sob o lema, 'Os Desafios do Advogado no Exercício Ético da Profissão no Século XXI', Casimiro avançou que serão dirigidas palestras com juízes, magistrados, procuradores e outras entidades ligadas ao judiciário.


No encontro, o Bastonário convidou a todos cidadãos desprovidos de meios financeiros para constituir um defensor a dirigirem-se a OAM ou nas sedes do Conselho Provincial, para beneficiarem de assistência jurídica gratuita.

 

“Aproveitamos este ensejo para convidar a todos cidadãos que tenham situações que queiram colocar. Esta semana teremos abertura para atender todos aqueles que precisam de ouvir da Ordem o posicionamento que possamos ter em relação a algumas preocupações”, referiu.


A OAM tem cerca de três mil associados.