Pacotes da DSTV e GOtv em Moçambique são os mais caros em toda a África Austral

A empresa MultiChoice, sediada na África do Sul, oferece os pacotes mais baratos no seu país de origem, onde recentemente foram anunciados alguns pacotes gratuitos.

A comparação de dados entre os países da região revela que a Multichoice cobra mais caro em Moçambique, seguido do Zimbabwe e da Zâmbia. Em Moçambique, a empresa cobra cerca de 94 dólares para o pacote Premium e 7 dólares para o pacote Base.

No Zimbabwe, o pacote Premium custa 75 dólares e o pacote Late (o mais baixo) custa 8 dólares. Na Tanzânia, a empresa cobra cerca de 65 dólares pelo pacote Premium e cerca de 3 dólares pelo pacote POA (o mais baixo).

Para a Zâmbia e o Malawi, países vizinhos de Moçambique, a Multichoice cobra 57 dólares pelo pacote Premium e 5 dólares pelo pacote mais baixo. No Botswana, o pacote Premium custa cerca de 60 dólares e o mais baixo cerca de 6 dólares.

No Reino de Eswatini, o pacote Premium custa 53 dólares e o mais baixo 8 dólares. Na África do Sul, o pacote Premium custa 52 dólares e o mais baixo pode ser adquirido por apenas 2 dólares.

Angola e Namíbia também têm pacotes relativamente mais baratos. A TORRE.News contactou a MultiChoice para obter esclarecimentos sobre os critérios de fixação dos preços.

Saquina Macane, directora para Assuntos Corporativos, explicou que os custos aplicados em cada país consideram diversos factores, como os custos com satélites e equipamentos de distribuição, e o custo de aquisição de conteúdos.

“O processo de definição de tarifas de subscrição leva em consideração vários factores de índole comercial, económico-financeiro e estratégicos, incluindo o custo com as infra-estruturas, os serviços de monitorização e canais de interação com os clientes”, disse Macane.

Ela acrescentou que a comparação de tarifas entre países é um processo complexo, devido aos diversos factores únicos de cada país, como o custo de aquisição de conteúdos exclusivos em língua portuguesa que não estão disponíveis em outros países.

Enquanto a MultiChoice na África do Sul já está a disponibilizar alguns canais gratuitos para incentivar a conexão das populações às televisões, em Moçambique ainda não há uma posição clara sobre a tendência dos preços dos pacotes de TV, tanto por parte das empresas provedoras quanto do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM).

O INCM é responsável pela regulação dos preços dos canais de televisão e outros serviços de comunicação, garantindo que os preços sejam justos e acessíveis, além de promover a concorrência leal entre os prestadores de serviços.

A recente indicação de Helena Maria Lopes Fernandes Tomás como Presidente do Conselho de Administração do INCM pode trazer melhorias nas políticas de comunicações no país, especialmente após a contestação pública causada pela subida dos preços dos serviços de dados e voz há cerca de dois meses.