Partidarização do Estado: Membros da Renamo sofrem perseguição em Milange

O Segundo Vice-presidente da Assembleia Municipal e cabeça-de-lista pela Renamo, na Autárquica de Milange, província da Zambézia, foi transferido para sede do distrito por alegadamente ter uma escolha político-partidária diferente.

Fevereiro 15, 2024 - 20:43
Junho 4, 2024 - 16:42
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Trata-se de Enoque Domingos Zaqueu, professor de português que foi forçosamente transferido da Escola Secundária de Maguiguane, na vila de municipal de Milange, para escola primaria Mutumeia localizada fora do raio autárquico.

A movimentação do professor que é membro da Renamo, resultou de uma decisão unilateral do Director do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia, Anibal Mário, sem nenhuma fundamentação nem informação antecipada ao visado.

O procedimento movido apenas pela intolerância política, está a prejudicar a carreira do professor, que simplesmente pecou por decidir gozar do seu direito conferido pela lei, que é de eleger e ser eleito.

O facto mostra o grau de intolerância política e os seus tentáculos que descem ate ao nível da base, mostrando claramente que os machados de guerra ainda não foram enterrados e a reconciliação ainda é uma miragem entre os moçambicanos, apesar dos acordos de reconciliação sucessivamente rubricados entre a Renamo e o Governo da Frelimo.

A vítima conta a que o SDEJT de Milange, na pessoa do seu director, Sr. Aníbal Mário Inoque Fombe, “emitiu uma Ordem de Serviço transferindo-me da Escola Secundária Geral Maguiguane para a Escola Primário Mutomeia III localizada a 15 km fora do raio autárquico, alegando de que a função de docente no ensino secundário não é compatível com a de membro da Assembleia Municipal”.

Segundo conta Zaqueu, num cenário de “dois pesos e duas medias, “um colega professor, que é pedagógico da mesma escola onde estou afecto, o Sr. Abubacar, tomou posse como membro da mesma Assembleia Municipal pela lista da FRELIMO”.

Enoque Zaqueu entende que a sua transferência “tem motivação política”, por isso “faço esta denúncia pública e solicito os bons ofícios do Egrégio Provedor de Justiça a repor a ordem e a mandar anular a injusta, ilegal e politicamente motivada transferência”.

Refira-se que, há duas semanas, concretamente nos finais de Janeiro, o mesmo cenário ocorreu em Vilankulo, onde um grupo de professores com orientação política assumidamente da Renamo, também foram movimentados para trabalhar em escolas fora do raio autárquico como punição pelas suas escolhas políticas.