Previsto contínuo agravamento da taxa MIMO nos próximos anos

O Ministério da Economia e Finanças (MEF) prevê o agravamento da taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) nos próximos três anos (2023 a 2025) com vista a minimizar a subida generalizada de preços de bens e serviços.

Junho 24, 2022 - 23:18
Junho 27, 2022 - 19:42
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Previsto contínuo agravamento da taxa MIMO nos próximos anos
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O Ministério da Economia e Finanças (MEF) prevê o agravamento da taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) nos próximos três anos (2023 a 2025) com vista a minimizar a subida generalizada de preços de bens e serviços.

 

A previsão consta do boletim “Cenário Fiscal de Médio Prazo 2023 -2025” divulgado elaborado e divulgado há dias pelo MEF. Debruçando-se sobre os riscos à economia, no próximo triénio, o documento revela que a possibilidade de aceleração da taxa de inflação para níveis acima do projectado constituem uma fonte de risco importante para o presente quadro macro-fiscal.

 

“A actual conjuntura internacional caracterizada pelo conflito entre a Rússia e Ucrânia gera incertezas em torno da trajectória dos preços das mercadorias alimentares e energéticas a nível mundial. As perspectivas dos preços internacionais destas mercadorias apontam para uma aceleração no médio prazo se persistir o conflito entre aqueles dois países”, lê-se no documento.

 

Com efeito, do referido conflito, o MEF afirma que os preços domésticos poderão aumentar, uma vez que o país é importador líquido de bens essenciais em especial os cereais e combustíveis. Como consequência, aponta a fonte, o aumento nos preços domésticos de bens alimentares e dos combustíveis irá afectar o índice geral de preços com a possibilidade de criar pressão sobre as rubricas de despesas indexadas a inflação, sendo os casos das despesas com salários e remunerações, bens e serviços, pensões e assistência social às populações.

 

O MEF diz que o risco da inflação poderá ser minimizado através de uma postura de aperto da política monetária pelo Banco Central, para manutenção da inflação baixa e estável, sem, porém afectar esforços para o crescimento económico.

 

“As perspectivas de aceleração da inflação poderão incrementar as taxas de juro domésticas, com efeito, sobre o serviço da dívida interna. Níveis de inflação elevados poderão requerer um aperto da política monetária no médio prazo através do agravamento da taxa de juro de política monetária (MIMO) e a sua repassagem para as taxas de juro do mercado, com efeito, sobre o serviço da dívida com taxas de juro flexíveis”, lê-se no Cenário Fiscal de Médio Prazo.

Refira-se que em finais de Março passado, o Banco de Moçambique fez o primeiro agravamento da Taxa MIMO em 200 pontos-base, de 13.25% para 15.25%. O Banco justificou a decisão com a revisão em alta das perspectivas de inflação para o curto e médio prazo, influenciada principalmente pela guerra na Ucrânia.