Reabilitação da linha-férrea de Machipanda poderá ser concluída até setembro

As obras de reabilitação da linha ferrea de Machipanda, que liga a cidade portuária da Beira, na província de Sofala, centro de Moçambique, e o vizinho Zimbabwe, numa extensão total de 317 quilómetros, deverão ser concluídas até Setembro.

Abril 25, 2023 - 16:24
Abril 26, 2023 - 15:54
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Orçadas em 200 milhões de dólares norte-americanos, as obras foram iniciadas em Agosto de 2019, com o término previsto para Novembro de 2021, mas com a pandemia da Covid-19 o prazo foi estendido para Setembro deste ano.


Basicamente, pretende-se que no final a infra-estrutura dinamize a região da África Austral, no âmbito dos protocolos da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), incrementando-se o escoamento da carga pela linha das actuais 600 mil toneladas para 3.5 milhões por ano.


Trata-se de uma empreitada de grande vulto que acontece pela primeira vez na história daquela ferrovia construída no longínquo ano de 1892, tendo já atingido uma execução física de 70 por cento.


Para o cumprimento do novo prazo da empreitada, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Agostinho Langa Júnior, orientou esta quinta-feira (20.04), no final da sua primeira visita de trabalho ao projecto, os operários nele envolvidos a acelerarem cada vez mais os trabalhos, numa altura em que a substituição das travessas já atingiu 160 quilómetros e foi concluída a soldadura dos carris.

“Assumimos o compromisso de inaugurar esta infra-estrutura em Agosto deste ano”, explicou Langa, citado pelo “Notícias”.


Com vista a flexibilizar a colocação do balastro e ataque da via, que consiste no seu alinhamento, o PCA dos CFM anunciou a chegada hoje, à Beira, de uma locomotiva especializada para as obras em alusão, estando ainda disponíveis todos os materiais necessários para a sua execução, nomeadamente máquinas de alinhamento da via, vagões, balastros e carris.


Na baixa do Revue, entre as estações de Garuso e Manica, foram concluídos os trabalhos de redução das anteriores 14 curvas apertadas para quarto, num raio acima de 400 metros, minimizando assim o crónico descarrilamento dos comboios e aumentada significativamente a velocidade das locomotivas de 10 para 60 quilómetros por hora.


Também aumentou o volume do escoamento do trigo no Porto da Beira e do ferro-crómio do Zimbabwe para o mercado internacional, representando um ganho imensurável.


Depois das obras em curso, está prevista a reintrodução do comboio de passageiros, no âmbito da responsabilidade social do CFM, empresa tutelada pelo Ministério dos Transportes e Comunicações.


Numa fase experimental, Agostinho Langa disse que vai circular o comboio entre Beira e Nhamatanda, na província de Sofala, numa altura em que ainda se aguarda a chegada de mais quatro automotoras, enquanto as primeiras duas já circulam diariamente no trajecto Beira-Dondo.