Registados 50 mil casos de burlas e fraudes nas telecomunicações
O Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) registou só nos últimos quatro meses deste ano um total de 50 mil casos de fraudes e burlas denunciados no sector das telecomunicações no país.
Por reconhecer ser impossível garantir 100 por cento de segurança aos utilizadores das telecomunicações, o INCM realizou hoje, em Maputo, um workshop para auscultar as entidades e buscar sensibilidades no âmbito do desenho do Regulamento de Segurança de Redes de Telecomunicações com vista ao estabelecimento de uma equipa de resposta e tratamento de incidentes Informáticos do sector.
Na abertura do evento, o administrador executivo do INCM, Constâncio Trigo, disse que a segurança nas telecomunicações tem cada vez mais desafiado os prestadores de serviços e ao Estado na medida em que tem se registado mais fraudes, burlas, entre outros crimes que atentam contra os utilizadores, os próprios operadores e prestadores de serviços.
ʺExistem hoje um conjunto de mecanismos para as pessoas reportarem as situações de fraudes de que tem sido vitimas que são, entre outros, os canais disponibilizados pelos operadores de serviços. Mas, não obstante existirem esses canais, persiste o desafio de rapidamente serem empreendidas acções com vista a identificar, prevenir, combater as situações de fraudes e crimes que afectam os serviços e redes das telecomunicaçõesʺ, explicou.
Acrescentou que o desafio para reverter a situação é enorme e requer uma forte colaboração e coordenação e, acima de tudo, vigilância permanente.
ʺÉ por isso que somente com sessões de trabalho como esta podemos alinhar os nossos pensamentos e acções com vista a alcançarmos um nível desejável de segurança e resiliência das telecomunicações em Moçambiqueʺ, vincou.
Afirmou que o perigo de ataques à segurança nas telecomunicações está presente todos os dias e só não acontece o pior porque há fiscalização.
ʺNo sector das telecomunicações, o interesse dos hackers é grande. Como se pode perceber, quando o pirata informático consegue entrar numa rede de telecomunicações passa a ter acesso às contas bancárias porque todas as transacções rodam nessas redes. Nenhum operador começa a trabalhar sem garantia de segurança para si e para os seus clientesʺ, salientou.
Por isso, apela a todos os consumidores e utilizadores de serviços de comunicações para que estejam atentos e colaborem na denúncia dessas burlas e de outros crimes praticados visando o seu desmantelamento, bem como o reforço da segurança do cidadão.
Sob o lema ʺSegurança e Resiliência das Comunicaçõesʺ, o encontro reuniu diversos intervenientes considerados fundamentais para o estabelecimento de equipas de resposta a incidentes nas redes de telecomunicações e para busca de mecanismos e procedimentos de auditoria de segurança nas redes de telecomunicações, tais como, instituições do Estado, operadores de telefonia móvel, provedores de serviços de televisão, empresas de auditoria e provedores de serviços de internet (ISPs).