SIMO Rede deixa utentes sem dinheiro no meio do caos social e político

Num momento em que Moçambique enfrenta uma grave crise social e política, com manifestações e bloqueios a dificultarem a mobilidade, a Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO Rede) regista falhas no sistema que têm deixado os utentes sem acesso ao seu dinheiro. As interrupções afectam especificamente as transferências de dinheiro entre bancos e carteiras móveis, como Mpesa, Emola e Mkesh, serviços essenciais para muitos cidadãos nesta conjuntura de instabilidade.

Dezembro 10, 2024 - 12:55
Dezembro 10, 2024 - 18:57
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SIMO Rede deixa utentes sem dinheiro no meio do caos social e político

As falhas, detectadas desde ontem, surgem num contexto em que os moçambicanos dependem crescentemente das carteiras móveis para despesas diárias, devido ao bloqueio das estradas e à dificuldade de acesso às caixas automáticas. A impossibilidade de realizar transferências agravou os transtornos para milhares de utentes, já pressionados pela crise política e social em curso.

Fontes ligadas aos bancos comerciais confirmaram o problema, relatando um aumento significativo no número de queixas de clientes, tanto presencialmente como através das linhas de atendimento. Apesar de outros serviços da SIMO Rede estarem a funcionar normalmente, a interrupção nas transferências para carteiras móveis tem gerado frustração generalizada, num momento em que esses sistemas são críticos para a subsistência de muitas famílias e para a manutenção da economia informal.

Esta não é a primeira vez que a SIMO Rede enfrenta falhas técnicas. Problemas semelhantes ocorreram no início e a meio deste ano, afectando levantamentos e transacções financeiras em todo o país. Na altura, Raimundo Matwhassa, administrador-executivo da SIMO Rede, atribuiu as falhas a questões tecnológicas e apelou aos bancos comerciais para que investissem em sistemas compatíveis, afirmando que seria necessário maior flexibilidade entre todos os intervenientes.

As falhas recorrentes já haviam levado a Confederação das Associações Económicas de Moçambique a exigir a suspensão da Rede Única Nacional de Pagamentos Electrónicos, argumentando que as interrupções estavam a causar prejuízos significativos em sectores como hotelaria e restauração, que reportaram perdas diárias devido à incapacidade de receber pagamentos electrónicos.

Tentativas de contactar a Sociedade Interbancária de Moçambique e Associação dos Bancos de Moçambique, redundaram em fracasso.