Tentativas de distúrbios em alguns bairros da capital e arredores
A capital moçambicana Maputo e a cidade da Matola, na província meridional de Maputo, viveram momentos de agitação e medo, nas primeiras horas de ontem, devido a tentativas esporádicas de manifestações populares sem rosto e incitadas através das redes sociais.
A pretensão acabou por não surtir o efeito desejado graças a pronta intervenção da Polícia da República de Moçambique (PRM), que mobilizou seu efectivo na máxima força, tomando posições estratégicas para impedir quaisquer tentativas de provocar desordem pública.
Foi uma intervenção que acabou tendo impacto desejado, pois impediu os manifestantes, ilegais, de lograrem os seus intentos.
Face ao espectro de levantamentos sociais, que pairavam sobre a capital moçambicana, parte considerável de instituições públicas e privadas funcionaram a meio gás. O fraco movimento também foi característica do mercado formal e informal. Também houve fraca afluência no sector da educação marcado pelo encerramento de muitas escolas.
As viaturas de transporte público de passageiros saíram timidamente à rua, num ambiente marcado pela falta de passageiros. Não era caso para menos, pois muitas pessoas acabaram ficando em casa, temendo pela ocorrência de distúrbios.
A reportagem da TorreNews fez uma ronda pelos locais apontados como críticos, tendo constatado que na Estrada Nacional Número 4 (EN4), no bairro Luís Cabral, a PRM foi obrigada a intervir, lançando granadas de gás lacrimogéneo, para dispersar grupos de manifestantes que tentavam interromper a circulação de viaturas queimando pneus e colocando barricadas.
Incidentes similares foram reportados na Avenida Julius Nyerere, na zona do mercado Xiquelene, onde um grupo de manifestantes queimou pneus na via pública, interrompendo temporariamente a circulação de viaturas, situação prontamente repelida pela PRM que se fez imediatamente ao local.
Alguns focos de agitação também eram visíveis ao longo da avenida Joaquim Chissano, com a colocação de barricadas na estrada. Na zona da Manduca houve tentativa de bloqueio da via por parte de grupos de manifestantes sem rosto, que se colocavam em fuga logo que se apercebiam da presença de agentes das forças policiais.
Nos bairros periféricos, as mercearias, parte considerável detidas por cidadãos estrangeiros, não abriram as portas por medo de saque e assaltos, à semelhança do ocorrido nas manifestações de 1 e 2 de Setembro de 2010.
“Decidi não abrir a minha loja hoje por medo da greve. Amanhã também não vou abrir porque ouvi que haverá greve. Vou esperar até a situação voltar a normalidade”, disse um comerciante ouvido pela TorreNews no bairro Luís Cabral.
Refira-se que a PRM confirmou, quarta-feira, que estava em prontidão operativa e que não iria permitir qualquer tipo de agitação social capaz de provocar a desordem pública, prometendo agir com contundência contra os prevaricadores.