Terrorismo em CD e os atrasos salariais nas FADM: “Nós estamos a morrer com insurgentes e a nossa família está a morrer de fome”, lamentou um militar
“Os militares moçambicanos que tombaram no ataque, aguardavam pelo pagamento de retroactivos de dois meses e estranhamente, todos aqueles que ousam reclamar são ameaçados de expulsão, enquanto os colegas de outros sectores como Academia Militar e Serviços Cívicos já receberam”.
Os números de militares que tombaram no ataque ocorrido no passado dia 30 de junho do presente ano, no distrito de Macomia, na província de Cabo Delgado, ainda divergem, não se sabendo ao certo se todos morreram, foram capturados ou se estão perdidos nas densas matas existentes naquela região. Entretanto, fontes militares que combateram e saíram com vida da emboscada terrorista, revelaram à “Integrity” que “muitos colegas tombaram no terreno e outros se encontram desaparecidos”.
De acordo com as fontes, parte dos militares que tombaram e que as suas fontes foram colocadas a circular eram pertencentes às Forças Especiais designadas por QRF, formadas recentemente por especialistas militares europeus de diferentes países. No entanto, conforme revelaram os corpos das vítimas encontram-se na morgue do Hospital Provincial de Pemba, num processo que está a ser gerido sigilosamente pelo Hospital Militar Local.
Acrescentando, as fontes avançaram que as famílias dos “heróis” ainda não foram comunicadas sobre o sucedido, curiosamente, numa altura em que os salários do mês de junho ainda não foram pagos e a moral de alguns militares encontram-se muito em baixo, conforme explicaram “hoje estamos a combater muito mal. Nós estamos a morrer com insurgentes e a nossa família está a morrer de fome”.
As fontes revelaram que inclusivamente, “os militares moçambicanos que tombaram no ataque, aguardavam pelo pagamento de retroactivos de dois meses e estranhamente, todos aqueles que ousam reclamar são ameaçados de expulsão, enquanto os colegas de outros sectores como Academia Militar e Serviços Cívicos já receberam”.
No entanto, relativamente ao ataque ocorrido em Macomia foi reivindicado pelos terroristas, através de vídeos, fotos e um comunicado escrito em árabe e divulgado em diferentes plataformas digitais, um facto que levou nos últimos dias ao destacamento de vários militares da missão da SAMIM para a região em questão. (O. Omar)