TMCEL à beira do colapso

A situação financeira da empresa pública Moçambique Celular Tmcel) “é muito mais complexa comparativamente a companhia área de bandeira nacional (LAM) advertiu ontem o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala.

Maio 11, 2023 - 15:42
Maio 11, 2023 - 15:59
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O ministro explica que a Tmcel, a primeira operadora de telefonia móvel em Moçambique, perdeu capacidade de honrar os seus compromissos no mercado, em alguns casos o pagamento de salários dos seus cerca de 1.700 trabalhadores.


Como resultado, a empresa transporta uma dívida “global acumulada elevada de mais de 400 milhões de dólares com tendência a agravar-se”.

“A sua receita está em progressivo declínio, opera num ambiente altamente concorrencial, com uma reputação e percepção dos clientes sobre a marca a deteriorar-se, progressivamente,” disse Magala hoje (10), na Assembleia da República, o parlamento moçambicano, acrescentado que por isso, a empresa “está a perder rapidamente a sua quota de mercado.”

 

Ao nível tecnológico, acrescentou, “a Tmcel usa uma plataforma desactualizada e de vários fornecedores, levando à custos operacionais e de manutenção muito altos”.


“Quase todo o hardware e software não são mantidos como deve ser. Estão no fim da sua vida útil e sem qualquer suporte do fornecedor”, alertou.

Disse à plenária parlamentar que “tal como procedemos com a LAM, o ponto de partida foi encomendar uma avaliação detalhada para uma melhor intervenção.”


“O relatório também concluiu que a empresa tem grandes desafios que se não forem devidamente endereçados pode estar à beira de um caminho sem retorno. O colapso e insolvência”, advertiu.


O relatório apresentou várias sugestões de intervenção, “considerando que a mais aplicável seria encontrar um parceiro de capital social estratégico”.

Segundo o ministro, devia ser uma operadora multinacional de telecomunicações.

A viabilização, frisou o ministro, passa por vender um mínimo de 80 por cento das acções e o Governo assumir todas as dívidas e empréstimos da Tmcel reduzir a força de trabalho em 60 por cento.


Perante “a difícil realidade”, o Ministério dos Transportes e Comunicações e o IGEPE (Instituto de Gestão das Participações do Estado) estão a criar um grupo consultivo de peritos internacionais para análises e recomendações apresentadas nos relatórios relacionados a Tmcel, incluindo o relatório do Banco Mundial.

 

Enquanto decorre este trabalho, “impõe-se uma intervenção imediata para minimizar as perdas e preparar a empresa para reformas mais estruturais.”

Para o efeito o governo criou um Conselho de Transformação da Tmcel.
(AIM)