TotalEnergies exige razoabilidade nos empreiteiros do projecto Mozambique LNG
O director executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, disse quinta-feira (27) que alguns empreiteiros do gigantesco projecto de gás natural liquefeito (LNG) em Moçambique, orçado em cerca de 20 mil milhões de dólares, precisam de ser 'razoáveis' em termos de custos dos seus contratos, escreve a publicação LG Prime.
As declarações de Pouyanne surgem numa fase em que a multinacional petrolífera e seus parceiros preparam-se para a retoma do projecto.
A TotalEnergies declarou força maior no projecto de GNL em Abril de 2021 e retirou todo o pessoal do local devido a insegurança.
Em Fevereiro, Pouyanne disse que a empresa 'não tinha pressa' em retomar o projecto, salientando que a segurança, os direitos humanos e a manutenção dos custos são os três principais elementos para tomar a decisão de regressar a Afungi, na província de Cabo Delgado.
O director executivo da TotalEnergies também confiou a Jean-Christophe Rufin, um perito em acção humanitária e direitos humanos, uma missão independente para avaliar a situação humanitária na província.
A Saipem disse em Fevereiro que espera reiniciar os trabalhos no projecto Mozambique LNG em Julho deste ano, enquanto o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, asseverou esta semana que é seguro para a TotalEnergies retomar projecto.
Pouyanne disse aos analistas na quinta-feira, durante a apresentação dos resultados financeiros do primeiro trimestre da empresa, que os termos dos custos são o último passo antes de reiniciar o projecto.
'Comentei recentemente que precisamos que os empreiteiros sejam razoáveis. Alguns deles não são. Por isso, vamos repetir alguns dos pacotes, porque não podemos aceitar alguns custos indevidos', afirmou, citado pela LG Prime.
'Pagámos o que tínhamos de pagar porque parámos o projecto e temos de retomar o projecto que teve um impacto, obviamente. Não vemos por que razão devemos pagar mais do que isso', afirmou Pouyanne.
Disse aos analistas que é 'prematuro' fornecer mais informações, uma vez que a equipa do projecto está a trabalhar com os empreiteiros 'com vista a poder anunciar o projecto, mas na condição de os custos serem controlados. Isso é fundamental para nós', explicou Pouyanne.
O projecto Mozambique LNG inclui o desenvolvimento de campos de gás offshore na Área 1 de Moçambique e uma unidade de liquefacção de 12,8 milhões de toneladas por ano (mtpa) no complexo de Afungi.
Para além da TotalEnergies, os outros parceiros do projecto são a japonesa Mitsui, a moçambicana ENH, a tailandesa PTT e as empresas indianas ONGC, Bharat Petroleum e Oil India.
A TotalEnergies disse anteriormente que quase 90 da produção do projecto Mozambique LNG já está vendida através de contratos de longo prazo com os principais compradores de LNG na Ásia e na Europa.
Inicialmente, as projecções inicias da TotalEnergies apontavam o ano de 2024 para o início das exportações de gás natural.
Apesar do atraso, todos os compradores de GNL continuam comprometidos com os seus contratos de compra e venda, de acordo com Pouyanne.
'Os compradores não accionaram nenhuma cláusula contratual do projecto', afirmou.
Pouyanne afirmou que a TotalEnergies também reservou cerca de 0,7 milhões de toneladas por ano do projecto.
'Se alguns compradores quiserem desistir estamos prontos para aceitar, por isso estamos abertos a isso, mas alguns compradores japoneses também estão prontos para aceitar mais', disse, acrescentando um deles é a Mitsui.
Ele disse que há 'algum apetite no mercado', uma vez que o Mozambique LNG tem enormes reservas e o projecto está 'bem localizado' directamente no Oceano Índico.
LNG Prime