UE aprova 15 milhões de euros para apoiar SAMIM
A União Europeia (UE) aprovou ontem(08), a disponibilização de 15 milhões de euros para apoiar a Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM), em Moçambique, que combate o terrorismo na província nortenha de Cabo Delgado.
A verba irá financiar a componente militar da SAMIM, nomeadamente fortificações de campo e contentores de armazenamento, equipamento médico, veículos e barcos, assim como dispositivos tecnológicos.
Esta parcela complementa o montante de 89 milhões de euros de financiamento às Forças Armadas de Moçambique destinada a equipar as unidades que são treinadas pela Missão da União Europeia no país.
O anúncio foi feito esta quinta-feira (08), em Maputo, pelo Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, após ter sido recebido em audiência pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
“Falei ao Presidente Nyusi sobre a decisão de hoje da disponibilização de 15 milhões de euros para apoiar a SAMIM. E continuaremos a apoiar Moçambique naquilo que for necessário para o restabelecimento da paz na província de Cabo Delgado e queremos, desde já, manifestar a nossa solidariedade”, disse.
Borrell acrescentou que os ataques que ocorreram na província nortenha de Nampula, nos últimos dias, são um sinal de que a luta no combate ao terrorismo ainda não terminou e deve continuar de forma incansável para que se alcance a paz duradoura e o desenvolvimento do país.
″É verdade que já foram feitos grandes avanços na luta contra o terrorismo e que o governo de Moçambique, com apoio de países aliados, conseguiu controlar a situação em termos gerais mas os ataques continuam e até nalguns lugares que até ao momento não tinham sido afectados como Nampula. Por isso, precisamos de trabalhar juntos e de mãos dadas para devolver o clima de sossego para as populações”, anotou.
Na ocasião, felicitou ao Chefe do Estado moçambicano pela sua liderança no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos ex-guerrilheiros da Renamo, maior partido da oposição no país, e pelo assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Por sua vez, a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, avançou que durante o encontro, Filipe Nyusi enalteceu o papel da União Europeia no combate ao terrorismo em Moçambique consubstanciado no estabelecimento de uma missão militar desde Novembro de 2021, assistência humanitária aos deslocados e apoio a reconstrução e desenvolvimento de Cabo Delgado.
“Partilhou também a informação relevante sobre os últimos desenvolvimentos políticos socioeconómicos de Moçambique, particularmente o processo de preparação dos próximos pleitos eleitorais”, acrescentou.
Filipe Nyusi expressou agradecimentos pelo voto dos Estados membros da União Europeia a favor de Moçambique na recente eleição a membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Na abordarem a questões de natureza global, segundo a chefe da diplomacia moçambicana, o Presidente Nyusi reafirmou a importância do diálogo e da diplomacia na resolução de conflitos.
“O Chefe de Estado explicou ao Alto representante a posição de Moçambique em relação ao conflito que opõe Rússia e Ucrânia dizendo que nós não somos a favor da guerra, pelo contrário achamos que deve haver diálogo, um diálogo sério, responsável tendente a por fim ao conflito”, anotou.