BAD disponível para financiar resposta a desastres naturais
O Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD) reitera a sua disponibilidade para continuar a reforçar a capacidade de resposta de Moçambique aos eventos extremos, através financiamento em tempo útil.
A disponibilidade foi manifestada hoje, em Maputo, pelo oficial sénior da Agricultura e Desenvolvimento Rural no BAD, César Tique, à margem da Conferência Internacional sobre Seguro Soberano contra Desastres, evento de dois dias com início segunda-feira.
Tique disse que a instituição que representa tem disponíveis várias carteiras de projectos relacionados com seguros climáticos para Moçambique, alguns dos quais já em curso.
Citou como exemplo o projecto de resiliência climática e irrigação no Baixo Limpopo, orçado em 50 milhões de dólares, que iniciou em 2012 e termina em 2023, bem como da resiliência e financiamento de seguros climáticos orçado também em 50 milhões que iniciou em 2021, cuja conclusão está agendada para 2026.
'Temos também em andamento o projecto de recuperação da seca e resiliência agrícola em Gaza e Maputo, orçado em 15 milhões para o período 2018-2023, bem como o programa de recuperação e resiliência de emergência pós-ciclone Idai e Kenneth para Moçambique Malawi e Zimbabwe no valor de 96 milhões de dólares sendo 60 milhões para Moçambique de 2019 a 2024. Estamos também disponíveis para continuar a financiar mais iniciativas com vista a minimizar os impactos dos desastres naturais', assegurou.
Afirmou que o BAD tenciona promover mecanismos de resposta a desastres, como seguro soberano baseado em índice paramétrico, para o qual os pagamentos serão desembolsados automaticamente e em tempo útil sempre que exceder o risco pré-definido.
“Estima-se que cada um dólar gasto em intervenção ao longo do programa economizará 4.40 dólares em medidas de socorro a desastres para uma resposta realizada seis meses após o evento', sublinhou.
Revelou que para além de Moçambique, o BAD aprovou o Programa de Financiamento de Riscos de Desastres em África, sendo este o primeiro da instituição para aumentar a resiliência e a resposta a choques climáticos nos países membros.
'O programa abrangente aberto aos países membros regionais aumentará sua capacidade de avaliar os riscos e custos relacionados ao clima, responder a desastres e rever as medidas de adaptação nos níveis nacional e sub-nacional', explicou.
Também facilitará o financiamento inicial para os países que precisam de apoio. A fase inicial deste programa está prevista para decorrer de 2019 a 2023.
O chefe da Unidade de Financiamento de Riscos de Desastres no Programa Mundial de Alimentação (PMA), Benvindo Nhanchua, que participou no evento, acrescentou que embora os governos tenham feito um progresso significativo na gestão de riscos climáticos crescentes e construção de resiliência por meio da alocação de mais recursos domésticos para a gestão de desastres, apenas 137 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento estiveram cobertas por seguro contra riscos climáticos em 2020.
Nhanchua entende que se esta lacuna crítica na protecção financeira não for preenchida, os países de alto risco como Moçambique continuarão a precisar de apoio internacional até que consigam aumentar sua resiliência financeira contra desastres naturais e administrar seu próprio risco.
'Soluções de financiamento de risco de desastre baseadas no mercado, como apólices de seguro macro adquiridas por governos para cobrir perdas por desastres, podem permitir respostas rápidas, economicamente eficazes e previsíveis aos choques climáticos e de desastres', salientou.
Referiu que o PMA é líder na promoção de produtos de seguro soberano que podem oferecer financiamento rápido para as comunidades afectadas no caso de ocorrência de um grande desastre.