COREIA DO SUL DISPOSTA A INCREMENTAR ASSISTÊNCIA HUMANITÁRIA
O Primeiro-Ministro sul-coreano, Han Duck-soo, manifestou, hoje em Maputo, a disponibilidade do seu país para incrementar a assistência humanitária concedida às vítimas dos ataques terroristas na província de Cabo Delgado, na região norte que, desde Outubro de 2017, já fizeram mais de três mil mortos e um milhão de deslocados internos.
Han referiu que a comunidade internacional deveria continuar a repudiar os terroristas que, nos últimos meses, tendem a reduzir devido a intensificação das ofensivas das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS) apoiadas pela Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) e por um contingente militar do Ruanda.
“Eu estou ciente de que a situação em Cabo Delgado está estabilizando aos poucos”, disse Han, durante a conferência de imprensa conjunta havida minutos após o término de uma audiência que lhe foi concedida pelo seu homólogo moçambicano, Adriano Maleiane.
“Chegamos a conclusão que o mundo não deve tolerar qualquer tipo de violência, sobretudo extrema”, acrescentou.
Anunciou que discutiu com o Primeiro-ministro moçambicano a possibilidade de enviar um navio de patrulha sul-coreano para as águas moçambicanas, sobretudo em Cabo Delgado.
“Estamos em negociação com o governo de Moçambique e o navio de patrulha ainda não está a operar”, afirmou.
Han encontra-se a realizar uma visita de trabalho à Moçambique para reforçar a cooperação entre ambos os países, bem como promover a candidatura da Coreia para acolher a Expo 2030, uma exposição mundial organizada pelo Bureau International des Expositions.
Na tarde de hoje, Han também foi recebido em audiência pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
Durante o encontro, Han afirmou ter abordado a possibilidade de ampliar e aprofundar a cooperação económica entre Moçambique e Coreia, através de uma maior abertura para que as empresas do seu país possam investir em Moçambique.
“Conversamos sobre a cooperação para o desenvolvimento, sobretudo a participação da Coreia em vários sectores, como educação, saúde, transportes, e também na gestão de desastres naturais”, disse.
Acrescentou que Nyusi manifestou o seu apreço com os trabalhos desenvolvidos pela Coreia em Moçambique, tais como a construção do Hospital Central de Quelimane, província central da Zambézia, no qual aquele país asiático também assiste na formação dos recursos humanos.
A Coreia do Sul espera acolher a exposição mundial na cidade portuária de Busan, no sul do país, local em que foi construída a plataforma flutuante de liquefacção de gás natural, e que opera na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.
A cerimónia de lançamento ao mar, há um ano, juntou na altura os chefes de Estado dos dois países, Nyusi e Moon Jae-in, entretanto sucedido por Yoon Suk-yeol.
A Coreia do Sul compete pela organização da Expo 2030, com a Arábia Saudita e Itália.
Depois de Moçambique, Han vai escalar o Gana.