Fórum de negócios Moçambique-França abre espaço para incremento de exportações
As exportações de Moçambique para a França registaram um crescimento na ordem de 26,7 por cento nos últimos anos influenciadas pelo desempenho favorável do país em 2018-2019, que se traduz numa melhoria da balança comercial.
Actualmente, as exportações de Moçambique estão cifradas em perto de 200 milhões de dólares norte-americanos, contra 700 milhões de dólares de importações daquele país europeu, sendo por isso o défice global um enorme espaço de oportunidade para a diversificação e crescimento equilibrado do comércio e investimentos.
A situação da balança comercial entre os dois países foi tornada pública ontem, em Maputo, pelo ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, durante a abertura do Fórum de Negócios e Investimentos Moçambique-França, um evento organizado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) em parceria com a sua congénere francesa.
“A nossa balança comercial dos últimos cinco anos com a França, apesar de ter sido favorável particularmente nos anos 2018-2019 para Moçambique, registou um crescimento de 26,7% a nível do total das exportações, cifradas em 198,5 milhões de dólares contra 700 milhões de dólares de importações”, disse o ministro.
Segundo o ministro, o potencial e a capacidade competitiva da França em termos de capital, tecnologia e experiência, torna aquele país europeu um parceiro privilegiado, detendo investimentos em vários sectores no país, ao abrigo do Acordo de Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos em vigor desde 2004. Actualmente a França integra o grupo dos 10 maiores investidores em Moçambique.
Assegurou que, a atracção de investimentos através de um ambiente de negócios competitivo é uma das prioridades do governo, com vista a alavancar o sector privado e, naturalmente, a economia moçambicana. Aliás, esse é o objectivo principal do Pacote de Medidas de Aceleração Económica aprovadas recentemente pelo governo mocambicano.
Já o embaixador francês acreditado em Moçambique, Yann Pardeau, disse que a actual dinâmica das parcerias entre ambos os países é testemunhada por um dos maiores investimentos de uma empresa do seu país em África, a TotalEnergies na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, zona norte.
Salientou que Moçambique, apesar de enfrentar desafios ligados a alterações climáticas, que tornam o país propenso a desastres naturais que ciclicamente destroem infra-estruturas de desenvolvimento, ainda pode ser considerado um país do futuro, considerando os vastos recursos que dispõe.
Por sua vez, o presidente da CTA, Agostinho Vuma, salientou que o fórum de negócios Moçambique-França surge numa altura em que o sector privado trabalha no acompanhamento dos resultados da recente missão realizada à França com empresários nacionais.
Segundo o timoneiro da CTA, durante os encontros com a França, os investidores manifestaram a sua preocupação com a Lei de Investimentos Privados depositada na Assembleia da República, o parlamento mocambicano.
“Os investidores consideram ser importante a sua rápida aprovação para reduzir a incerteza do futuro dos novos investimentos. Os investidores precisam investir a saber o que vai ser o novo quadro”, referiu.
Outra preocupação da contraparte francesa, segundo Vuma, tem a ver com a Lei do Trabalho que já se encontra num estágio muito avançado para sua aprovação, e por fim, com as regras impostas na entrada e saída de capitais, através da Lei Cambial.
Durante os dois dias do evento, estão marcados diversos encontros de negócios, destacando a busca de parcerias para a área de energia e franchising para diversos produtos.