Governo decide “resgatar” livro antigo da 6ª classe

O Conselho de Ministros decidiu resgatar o livro descontinuado da 6ª classe da disciplina de Ciências Sociais para ser utilizado pelos alunos no Sistema Nacional de Educação (SNE)

Junho 8, 2022 - 21:09
Junho 8, 2022 - 22:25
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Governo decide “resgatar” livro antigo da 6ª classe
Livro escolar do sistema sdo ensino


O governo de Moçambique decidiu resgatar o livro descontinuado da 6ª classe da disciplina de Ciências Sociais para ser utilizado pelos alunos no Sistema Nacional de Educação (SNE), devido a retirada do livro que devia estar em uso no presente ano lectivo por conter conteúdos programáticos feridos de erros e imprecisões.


A decisão foi tomada durante a 19ª sessão ordinária do Conselho de Ministros realizada hoje, em Maputo.


Falando no briefing após o término da sessão, o porta-voz do governo, Filimão Suaze, explicou que todas as medidas que estão sendo tomadas respeitam as aulas em curso.


“Vai ser usado o caderno de actividade do aluno do presente ano, e vai ser usado como material de consulta o livro descontinuado da 6ª classe porque contêm uma boa percentagem dos conteúdos do livro que foi descontinuado”, disse Suaze que é igualmente vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.


Segundo Suaze, estes são os instrumentos que vão garantir a continuação do processo sem sobressaltos. “Não se podem tomar medidas que atrasem ou que paralisem o processo de leccionação”, referiu.


Disse estarem criados grupos de trabalho por disciplina que integram especialistas das Universidades Eduardo Mondlane, a mais antiga instituição de ensino superior em Moçambique, e Pedagógica, a maior instituição de ensino superior no país.


Os grupos já estão a avaliar todos os manuais da 6ª classe, fazendo comparação dos conteúdos dos livros do aluno da disciplina de Ciências Sociais, o descontinuado e o actual.


Segundo Suaze, os grupos estão a verificar municiosamente o alinhamento de todos os materiais de ensino, nomeadamente programas curricular e de ensino, incluindo livros de ensino do aluno, e manuais do professor.


O governo recomendou ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) para acelerar a conclusão dos cadernos de actividade para o apoio e aprendizagem dos alunos.


“Podemos referir que foram criadas as condições para que o processo de ensino e aprendizagem possa correr, enquanto se esperam os resultados do inquérito a que nos referimos, e que depois terá os seus actos subsequentes”, disse Suaze.


Recentemente, o MINEDH admitiu que o processo de avaliação e correcção dos erros detectados nos livros do ensino primário deve estar concluído ainda este ano, de forma que esses instrumentos de ensino estejam disponíveis para o uso no próximo ano lectivo, 2023.


O MINEDH reconhece que devido a complexidade do trabalho que se pretende efectuar, ainda não é possível avançar com exactidão as datas da conclusão do processo.


Na sua primeira reacção pública, semana finda, depois da descoberta dos erros, sobretudo no livro da 6ª classe da disciplina de Ciências Sociais, a ministra do pelouro, Carmelita Namashulua, anunciou a retirada de todos os manuais do ensino primário para efeitos de revisão e correcção.


O Executivo tinha programado a aquisição de 16 milhões de livros para o presente ano lectivo.

Domingo (29), o MINEDH anunciou a formação de uma Comissão de Inquérito constituída por técnicos da Inspecção Geral da Função Pública (IGAP), especialistas universitários, e quadros do sector de educação para apurar as responsabilidades na edição e impressão dos livros.


A referida comissão tem um prazo de 15 dias, contados a partir da terça-feira (31/05) para apresentar resultados. O prazo foi concedido pelo Conselho de Ministros reunido na sua 18ª sessão ordinária.