MOÇAMBIQUE: restaurados mais de 4500 hectares de mangal
O Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, conseguiu restaurar 4.507,25 hectares de floresta do mangal a nível nacional, alcançando um progresso de 90,15 por cento da meta de cinco mil hectares previstos em dois anos.
A cifra resulta do primeiro ano da operacionalização do Programa Nacional de Restauração de Ecossistema do Mangal, implementado em 22 distritos das sete províncias costeiras moçambicanas.
A informação foi tornada pública na quarta-feira (27), em Maputo, pela ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Lídia Cardoso, durante as cerimónias centrais do 26 de Julho, Dia Internacional para a Conservação do Ecossistema do Mangal, que teve lugar no distrito municipal Katembe, numa acção que culminou com plantio de 250 árvores na costa do oceano Índico.
“Até ao final do ano temos a missão de restaurar 9,85 por cento para que efectivamente possamos alcançar, com sucesso perante o mundo, o nosso compromisso de cinco mil hectares. Assim, e quando estamos a escassos cinco meses do final desse compromisso perante as Nações Unidas, podemos afirmar que estamos no bom caminho”, disse a ministra.
Segundo a fonte, o programa centrou-se na mobilização da sociedade a engajar-se nas acções de reflorestamento, bem como a valorizar as actividades que o país vem levando a cabo no uso sustentável dos mangais, tendo como fim último trazer benefícios ambientais, sociais e económicos para a sociedade e assegurar uma convivência sã e amiga do ambiente.
Como contributo ao programa, a cidade e província de Maputo, extremo sul do país, constituem a região que alcançou o maior cumprimento da meta com 482,89 por cento da taxa de realização, mercê da restauração de uma área de 1448,66 hectares, dos 300 hectares inicialmente previstos.
“É Grande obra! Pelo que gostaríamos de saudar”, referiu a ministra no seu discurso.
Ainda no quadro do bom desempenho, a província de Sofala, centro do país, atingiu 109,11 por cento, correspondentes a um progresso de 2000 hectares, dos 1833 programados.
Apesar da avaliação global positiva persistem desafios como o baixo nível de progresso de algumas províncias, tais como Cabo Delgado, zona norte, com apenas 10,24 por cento de taxa de realização, Zambézia (centro), com 32,99 por cento, e Nampula (norte), que atingiu 42,67 por cento.
Por sua vez, o chefe da Missão Diplomática da União Europeia (UE) em Moçambique, António Sánchez-Benedito Gaspar, no seu último acto público por ter terminado o seu mandato de quatro anos como Embaixador, assegurou que a UE vai continuar a apoiar o país nos esforços para a preservação do ecossistema do mangal.
Segundo a FAO, nos últimos 40 anos mais de 50% dos mangais do mundo desapareceram devido à acção das indústrias de vários ramos, com principal ênfase para a pesca, situação que, no âmbito dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, suscita uma intervenção urgente.