Sector privado e BAD procuram saídas para reduzir taxa de juro
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) estão a procura de soluções para mitigar o impacto da subida das taxas de juros.
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) estão a procura de soluções para mitigar o impacto da subida das taxas de juros, que dificulta as empresas de honrar os compromissos assumidos com a banca.
A taxa de juro actual praticada nas praças financeiras internacionais, incluindo no BAD, gira em torno de 20,5 por cento, excluindo os acréscimos incorporados por cada banco. Por isso, esta é uma situação incomportável para as pequenas e médias empresas moçambicanas que contam com o financiamento do BAD.
A preocupação foi expressa hoje, em Maputo, por Fernando Couto, presidente do Conselho Empresarial na CTA, a saída do encontro mantido com o representante do BAD em Moçambique, César Abogo.
“Neste momento a taxa de juro praticado é de 20,5 por cento o que é incomportável para as empresas. Colocamos essa questão ao BAD sobre a necessidade revisitar este ponto”, disse.
Segundo Couto, para a sobrevivência das pequenas e médias empresas, bem como evitar despedimentos e falências é chegada a hora de tornar as taxas de juro comportáveis, o que colocaria o tecido empresarial em condições de honrar com os seus compromissos e participar activamento no desenvolvimento económico do país.
Segundo a CTA, é praticamente impossível assegurar o florescimento do sector do agro-negócio nas condições actuais, muitas vezes apontado como a solução para o aumento das exportações e garantia da segurança alimentar.
“A maior parte dos produtores que estão no sector do agro-negócio não tem capacidade para recorrer ao financiamento bancário. É necessário que haja segurança a nível da cadeia de logística, olhando para os preços altos cobrados para o transporte dos produtos agrícolas”, disse.
Defende uma logística a nível interno que facilite o escoamento dos produtos até aos mercados. Como exemplo, citou a cabotagem marítima recentemente relançada no país. Infelizmente, ainda não começou a surtir o efeito desejado para os produtores e toda a cadeia de valor do agronegócio.
Por sua vez, Abogo, disse que na reunião havida hoje com a CTA não foi possível chegar a consenso sobre as inquietações apresentadas pelas empresas moçambicanas financiadas por aquela instituição multilateral de crédito. Entretanto, reconhece que as preocupações são legítimas e merecerão uma avaliação conjunta.
Segundo o BAD, para além das preocupações do sector empresarial, foi discutida a questão do acesso do país ao pacote de 1,5 bilhão de dólares, anunciado recentemente pelo BAD, para o continente africano fazer face a crise de alimentos, através de financiamento de iniciativas no sector agrário.
A fonte garante ter ficado o compromisso de discutir com as autoridades moçambicanas o nível de intervenção para o acesso ao bolo global anunciado, realçando que está em vista um pacote adicional para o projecto integrado Pemba-Lichinga, recentemente lançado pelo BAD para espevitar a produção e fazer face a crise de cereais.
“Estamos a estudar um pacote adicional ao projecto da Zona Especial do processamento agro-industrial do corredor desenvolvimento integrado de Pemba-Lichinga, zona norte”,