Trabalhadores da Tmcel exigem esclarecimentos sobre redução da massa laboral
Os trabalhadores da Moçambique Telecom (Tmcel) querem saber os critérios que serão usados pela direcção desta empresa pública de telecomunicações para a redução da massa laboral fixada em 60 por cento.
Durante a sessão de ‘Perguntas ao Governo’ que teve lugar semana passada na Assembleia da República (AR) o parlamento moçambicano, o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, anunciou que para a viabilização da empresa, passa por vender um mínimo de 80 por cento das acções e o governo assumir todas as dívidas e empréstimos da Tmcel) e reduzir a força de trabalho em 60 por cento.
A medida deve-se a insustentabilidade das dívidas contraídas junto aos seus fornecedores.
Perante “a difícil realidade”, o Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) e o IGEPE (Instituto de Gestão das Participações do Estado) estão a criar um grupo consultivo de peritos internacionais para análises e recomendações apresentadas nos relatórios relacionados a Tmcel) incluindo o relatório do Banco Mundial.
Enquanto decorre este trabalho, “impõe-se uma intervenção imediata para minimizar as perdas e preparar a empresa para reformas mais estruturais”, sendo para isso, o Executivo criou um Conselho de Transformação da Tmcel).
Falando ontem em Maputo, em conferência de imprensa que antecedeu a reunião com todos os trabalhadores da Tmcel), o secretário do Comité Fausto Maurício, disse que durante o processo de redução da força de trabalho, propôs numa primeira fase, que a decisão de rescindir contrato seria voluntária do trabalhador, o que vai permitir facilidades na negociação com a gestão da empresa.
Mas, a notícia sobre a redução de 60 por cento da força de trabalho causou uma enorme preocupação nos trabalhadores.
“É por essa razão que nós hoje decidimos ter um encontro de reflexão que é para juntos sentarmos, reflectirmos este tema porque nós não sabemos exactamente quais foram os critérios que estiveram por detrás para definição deste percentual de forma exacta”, afirmou.
Questionado se a actual situação falta de coordenação poderia afectar o funcionamento da empresa, Maurício disse não “se houver abertura entre o Comité de empresa, como representante dos trabalhadores, e a Gestão [Conselho de Transformação da Tmcel] eu penso que não há alarido, tanto que é necessário que haja alguma comunicação, clareza na passagem destas informações”.
Segundo Maurício, o principal foco do Comité é garantir o cumprimento dos direitos dos trabalhadores da Tmcel), que é a primeira operadora de telefonia móvel em Moçambique.
Tmcel transporta uma dívida global acumulada superior a 400 milhões de dólares.