Twigg retira trabalhadores da grafite de Balama alegando insegurança

Cerca de 700 trabalhadores permanentes da empresa Twigg, que explora grafite no distrito de Balama, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, acabam de ser retirados do acampamento da empresa devido ao receio de deterioração da situação de segurança decorrente da greve desencadeada há cerca de 30 dias pelos operários contratados localmente.

Setembro 26, 2022 - 21:51
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Os trabalhadores em causa exigem a revisão salarial, tratamento justo, entre outras reivindicações às quais o patronato ainda não deu resposta.


Nelson Gabriel, do sindicato dos trabalhadores, disse que os referidos colaboradores foram retirados para as cidades de Montepuez e Pemba, esta última capital da província.


“Eles disseram que temem a invasão do acampamento, o que poderá colocar em causa a integridade física dos trabalhadores permanentes, o que não é nossa intenção”, explicou Gabriel, citado pelo “Notícias”.


Segundo ele, apesar de os grevistas continuarem aglomerados defronte do acampamento da empresa, a infra-estrutura continua segura.


Afirmou que, decorridas mais de três semanas da greve, ainda não foi alcançado nenhum acordo entre as partes, prosseguindo o diálogo para a retoma do trabalho.


Os grevistas queixam-se de discrepância de salários, falta de plano de saúde, promoções, acesso ao refeitório, entre outras exigências.


A província de Cabo Delgado é aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Uma outra greve de trabalhadores locais, desta feita contratados pela empresa GK,que explora o grafite em Ancuabe, acaba de entrar na segunda semana.

Os cerca de 100 trabalhadores, segundo Carimo Joaquim, membro do comité sindical, exigem aumento salarial de 30 por cento e disponibilidade de transporte para os trabalhadores que vivem a 15 quilómetros de distância.

As direcções das duas empresas têm evitado falar à imprensa sobre as reivindicações dos trabalhadores.