China perdoa 0.39% de 1.8 biliões de USD da dívida de Moçambique

A percentagem perdoada corresponde a 7 milhões de USD, de um total de quase 2 biliões de USD que Moçambique deve à China.

Setembro 19, 2022 - 17:40
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O Governo da República Popular da China decidiu perdoar uma dívida avaliada em 7 milhões de USD, referente a um empréstimo sem juros, vencido no final de 2021. O peso do valor perdoado é de apenas 0.39% do total da dívida de Moçambique à China, estando esta avaliada em 1.8 biliões de USD, até o segundo trimestre de 2022.

 

O perdão parcial da dívida foi anunciado, há dias em Maputo, pela Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, após a assinatura, com o Embaixador da China em Moçambique, Wang Hejun, do Acordo de Perdão Parcial da Dívida em alusão, Protocolo sobre a Cooperação Económica e Técnica no valor de 14 milhões de USD e entrega do Certificado de 295 toneladas de farinha de trigo para a assistência humanitária.

 

A informação surge um mês depois de a China anunciar o perdão de 23 empréstimos sem juros e vencidos até o final de 2021, a 17 países africanos, durante o nono Fórum de Cooperação China-África.

 

Intervindo na ocasião, a Ministra afirmou que o gesto da China é mais um símbolo inequívoco da profunda amizade, solidariedade e cooperação forjados desde os tempos da luta de libertação nacional, no qual a República Popular da China concedeu o seu precioso apoio multiforme à causa da autodeterminação do povo moçambicano.

 

“Reiteramos o nosso profundo agradecimento dos donativos colocados à disposição do nosso país. O perdão da nossa dívida vai catapultar o desenvolvimento da economia nacional, aliviando o país do encargo da dívida visando diminuir a escassez de produtos alimentares em Moçambique”, acrescentou, Macamo.

 

Por seu turno, o Embaixador da República Popular da China sublinhou que os donativos constituem uma manifestação concreta da implementação conjunta das várias medidas do Fórum de Cooperação China-África, e um verdadeiro retrato do aprofundamento e fortalecimento da amizade e fraternidade entre a China e Moçambique.

 

“A China continuará a expandir as formas e os campos de cooperação com Moçambique e a promover, de acordo com as necessidades de Moçambique, mais projectos pragmáticos e de benefício mútuo a serem implementados em Moçambique”, afirmou Hejun, após referir-se a projectos financiados pelo seu país como o Aeroporto Filipe Nyusi (Chonguene), o Instituto Politécnico de Gorongosa e o Centro Cultural Moçambique-China, todos concluídos e já entregues.