DDR/Renamo deve melhorar mecanismos de gestão de conflitos internos
(AIM) - O Director do Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), Hermenegildo Mulhovo, defende que o líder da Renamo, maior partido da oposição, Ossufo Momade, deve melhorar os mecanismos internos de gestão de conflitos para assegurar o cumprimento dos termos do acordo que conduziu ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).
Para o timoneiro do IMD, o líder da Renamo deve evitar ao máximo que surjam contestações como as que precipitaram o surgimento da Junta Militar, com todas as implicações que daí vieram, bem como as recentes aparições públicas de um grupo de generais daquele partido contestando a liderança partidária, fenómeno que pode comprometer a etapa crucial do DDR que é a reintegração.
Mulhovo fez essa explanação, há dias, em entrevista à AIM, sobre a conclusão oficial da fase de Desarmamento e Desmobilização das forças residuais da Renamo.
“É necessário que a Renamo, na pessoa do Ossufo Momade, reforce os mecanismos internos de gestão de conflitos para o sucesso do processo”, disse Mulhovo.
Hermenegildo Mulhovo também defende a visão de que Ossufo Momade precisará do apoio de todas as forças vivas da sociedade para fazer cumprir, na íntegra, os termos do acordo do processo assumido com o Governo.
Para o IMD, dada as pressões internas no seio da Renamo, é pouco credível que Ossufo Momade sozinho consiga gerir todas as expectativas geradas a volta do processo da reintegração no seio daquela formação políptica, havendo necessidade do engajamento de todos para o desfecho airoso de um processo que considera complexo.
“A reiteração é onde todos somos chamados a dar a nossa contribuição. Não podemos baixar a guarda, é preciso apoio de todos para que Ossufo Momade possa gerir a pressão interna que de certeza virá. Temos cerca de 5221 homens que estavam ligados a ala militar da Renamo”, disse Hermenegildo Mulhovo”.
Segundo a fonte, para além de pagamento de pensões aos desmobilizados, Ossufo Momade tem, igualmente, o desafio de, politicamente, através de um tratamento especial de quotas, integrar os homens desmobilizados nas actividades políticas, para que se sintam útil dentro da própria Renamo, assim como o apoio para a integração dentro das redes de sobrevivência nas comunidades.
“É ai também que a Renamo vai precisar de apoio extra para gerir esse tipo de conflitualidade e outras desinteligências que vão surgir ao longo desse processo de reintegração. Reiteramos que a Renamo vai precisar de um pacote paralelo de suporte”, salientou.
(AIM)