Parque De Maputo: mobilizados 7 milhões de euros para adaptação às mudanças climáticas

O Parque Nacional de Maputo (PNM) e o seu parceiro de co-gestão, Peace Parks Foundation (PPF) mobilizaram sete milhões de euros, para financiar acções de desenvolvimento comunitário e restauração de ecossistemas no quadro de adaptação às Mudanças Climáticas.

Dezembro 5, 2022 - 17:04
 0
Parque De Maputo: mobilizados 7 milhões de euros para adaptação às mudanças climáticas
mudanças climáticas

A iniciativa é financiada pela Blue Action Fund e será implementada pela Peace Parks Foundation em coordenação com ADRA-Moçambique, com duração de cinco anos, naquela área de conservação transfronteiriça, em Matuituíne e Ilha da Inhaca.


Os aspectos centrais do projecto estão ligados ao desenvolvimento de fontes de renda alternativas para as comunidades que nas suas incursões de busca pela subsistência continuam a pressionar os recursos tanto marinhos, como faunísticos no perímetro das áreas de conservação, sem descurar da proteção e restauração dos ecossistemas e a fiscalização que constituí grande preocupação para Administração Nacional das Áreas.


A iniciativa foi confirmada semana finda, no distrito de Matutuine, pelo Administrador do parque, Miguel Gonçalves, durante o lançamento da iniciativa denominada “Adaptação às Mudanças Climáticas Baseada em Ecossistemas, Conservando e Construindo Resiliência“.


“Este é um financiamento de sete milhões de euros que tem como principal objectivo criar resiliência as mudanças climáticas, para alem de assegurar melhoria na conservação. Mais da metade da verba vai para o desenvolvimento comunitário, que é a melhoria das condições de vida das pessoas e outro será para a componente marinha do parque”, disse.


Segundo Gonçalves, os eventos extremos frequentes no país forçaram o parque a procurar soluções de adaptação mais adequados para as comunidades e não só, tanto para estancar a pressão nos recursos dentro do parque, como para restaurar ecossistemas seriamente afectados, como são os casos dos mangais, ervas marinhas, dunas e mais.

Por sua vez, Manuel Menomussanga, gestor do projecto a nível da PPF, afiançou que o principal objectivo do projecto é melhorar as condições de vida das comunidades, porque acredita-se que procedendo dessa forma reduz-se a dependência pelos recursos naturais por parte das comunidades que vivem dentro e fora do parque.


Explicou que no que tange a restauração de ecossistemas, o projecto vai reabilitar 200 hectares de mangais, três hectares de ervas marinhas, dois hectares de dunas primárias e 20 mil hectares de áreas de pastagens na zona da Belavista, local de muita criação animal.


No campo de desenvolvimento comunitário, esta previsto o treinamento para membros da comunidade em pequenos negócios, agricultura de conservação, no quadro das acções para o desenvolvimento comunitário sustentável.


“Dunas, mangais e ervas marinhas restaurados significa maior resiliência para as comunidades que vivem dentro do parque. Estes esforços visam criar resiliência e adaptação as mudanças climáticas. Haverá também apoio na componente de fiscalização e não so”, disse a fonte da PPF.


Refira-se que, o projecto prevê ainda capacitar os comités comunitários de pesca, os comités de gestão de recursos naturais e de risco de forma melhorar os procedimentos de gestão com foco no zoneamento das áreas de reprodução da fauna marinha, assegurando os meios de vida alternativa aos pescadores durante o período de veda.