Pelo menos 65 por cento dos médicos aderem a greve em Moçambique
(AIM) – A Associação Médica de Moçambique (AMM) acredita que pelo menos 65 por cento dos médicos inscritos na agremiação aderiram a greve de 21 dias prorrogáveis, que iniciou segunda-feira (10) em todas as unidades de saúde em todo o território moçambicano.
A AMM tem mais de 1.600 médicos, e juntando os restantes somam mais de 2.500 profissionais que ela espera que paralisem as suas actividades.
O facto foi avançado pelo secretário-geral da AMM, Herinques Viola, que falava em conferência de imprensa havida hoje em Maputo, e que abordou o ponto de situação da 2ª fase da 3ª greve nacional dos médicos.
Viola afirmou que os outros médicos que não aderem a greve deve-se ao facto de serem filhos de dirigentes nacionais, incluindo os que se sentem intimidados.
“Segundo a informação que nos chegou, no dia de ontem tivemos cerca de 60 por cento de adesão à greve, e hoje, tivemos um bocadinho melhor, 65 por cento de adesão à greve”, disse.
Os médicos, segundo Viola, continuam a prestar os serviços mínimos em todas as unidades sanitárias do pais.
“São médicos militares, aproveito a oportunidade para saúda-los e encorajá-los a continuar a prestar os serviços à população moçambicana neste momento difícil; outros são os nossos colegas médicos estrangeiros”, disse, tendo acrescentado que também não aderem à greve os médicos que assumem cargos de direcção e chefia.
Esta é a segunda greve dos médicos em menos de um ano, após a suspensão da primeira, convocada em Dezembro último.
Além da AMM, a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) também esteve em greve em Junho último, em contestação à aplicação da Tabela Salarial Única (TSU) na função pública.
A APSUSM deu um prazo de 60 dias ao Executivo para resolver, pelo menos, uma parte das suas reivindicações.
A falta de entendimento entre o governo e a AMM nas negociações é apontado como o foco da paralisação.
Além dos cortes salariais e falta de pagamento de horas extras, tanto a AMM, bem como a APSUSM reivindicam a implementação da TSU, que na sua óptica criou um desnível salarial entre os outros funcionários e agentes do Estado.
(AIM)