PPF investe 34 milhões de USD no Parque de Zinave
A Peace Parks Foundation (PPF), investiu nos últimos seis anos cerca de 34 milhões de dólares norte-americanos na dinamização de actividades do Parque Nacional do Zinave (PNZ),
A Peace Parks Foundation (PPF), entidade que advoga protecção da conservação em Moçambique, investiu nos últimos seis anos cerca de 34 milhões de dólares norte-americanos na dinamização de actividades do Parque Nacional do Zinave (PNZ), área de conservação transfronteiriça do Grande Limpopo, no distrito de Mabote, província de Inhambane, sul do país.
A verba foi aplicada no desenvolvimento de projectos de conservação e restauração da fauna bravia, construção de infra-estruturas turísticas, reforço de segurança e proteção dos animais, maneio dos recursos naturais, apoio as comunidades, entre outros.
Os investimentos feitos no PNZ estão enquadrados na materialização do acordo de co-gestão do parque alcançado entre a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), Ministério da Terra e Ambiente, e a PPF.
O facto foi revelado semana finda, em Mabote, pelo gestor de projectos da PPF a nível do PNZ, Bernard Van Lent, em entrevista concedida à AIM durante a translocação de oito rinocerontes para o PNZ, iniciativa enquadrada nos esforços de reintrodução da espécie naquela área de conservação.
“Desde 2016 até hoje, a Peace Parks Foundation já investiu cerca de 34 milhões de dólares em várias actividades no parque de Zinave. Estes investimentos estão em linha com as nossas estratégias de biodiversidade e gestão ambiental”, disse Bernard Van Lent.
Assegurou que o objectivo da PPF é apoiar o estabelecimento e desenvolvimento das áreas de conservação transfronteiriças em África, daí que a organização vai continuar a mobilizar financiamentos para o PNZ, conhecido pela sua característica de transição entre as terras tropicais húmidas e secas.
A área é também um importante local de passagem para os mamíferos nómadas que atravessam a região do grande Limpopo, para além da sua vegetação rica em floresta de miombo.
Sobre a translocação quarta-feira para o PNZ de rinocerontes negros criticamente ameaçados em África, a fonte referiu que a actividade segue a reintrodução bem-sucedida de outros 19 rinocerontes brancos no parque, como resultado da execução de um projeto pioneiro de conservação comprometido em restaurar, proteger e expandir as populações de ambas as espécies.
“Os rinocerontes brancos se adaptaram à sua nova casa com facilidade e um novo bezerro nascido estava no rebanho logo após a chegada. Hoje chegaram sete rinocerontes pretos e mais um branco. Amanhã iniciaremos a soltura dos animais de forma faseada para evitar agitação entre eles”, assegurou.
Só com as operações de translocação de animais da África do Sul para o país, a PPF vai investir 4.6 milhões de dólares. Aspectos de protecção e segurança dos animais, pagamento de fiscais, e aquisição de meios circulantes, com destaque para um helicóptero, estão inclusos no montante.
A translocação dos rinocerontes pretos foi acompanhada por uma forte escolta de segurança colocada em bomas de aço e transportados em camiões. Os animais eram monitorados por uma equipa de veterinários, tratando-se da espécie mais agitada e agressiva da família dos rinocerontes.
Para garantir a segurança dos animais, cada um deles foi equipado com sensor de rastreamento, permitindo o controlo em tempo real a partir de uma sala preparada para o efeito que funciona 24 horas por dia.
Os sensores fazem parte de um conjunto de medidas de segurança integradas destinadas a manter seguros os rinocerontes e outros animais selvagens.